Metade dos golpista presos após o 8/1 recebia auxílio emergencial

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), os dados só revelam a cumplicidade do governo Bolsonaro e a confusão que eles faziam do que era público e privado

Golpistas invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dos 1,4 mil golpistas presos após os atos de 8 de janeiro, metade recebeu o auxílio emergencial do governo federal. São criminosos que invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes.

De acordo com o levantamento feito pelo Ministério Público Federal (MPF), a maioria tem idades entre 36 e 55 anos e 60% são homens.

Um quinto possui filiação partidária e, entre eles, houve quem concorreu a algum cargo nas eleições passadas.

O auxílio emergencial foi aprovado pelo Congresso Nacional para socorrer milhares de brasileiros pobres e que viviam na informalidade durante a pandemia de Covid-19.

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No parlamento, as informações reveladas foram consideradas graves e as investigações precisam continuar.

Para o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), os dados só revelam a cumplicidade do governo Bolsonaro e a confusão que se fazia do que era público e privado.

“É a utilização da máquina pública para cometer crime. Não se teve o cuidado com o cadastro das pessoas que teriam acesso ao auxílio emergencial”, disse o parlamentar ao Portal Vermelho.

Daniel Almeida cobrou investigação para saber se tudo não foi programado. “Pode ser que tenha havido um estímulo do próprio governo para que essas pessoas se cadastrassem e tivesse acesso a esse benefício também de forma criminosa”, considerou.

“GRAVE! Metade dos envolvidos nos ataques golpistas do dia 8 de janeiro recebeu auxílio emergencial. É preciso apurar quem são esses criminosos e porque recebiam o dinheiro destinado a famílias carentes do Brasil”, escreveu no Twitter o senador Humberto Costa (PT-PE).

Deputado Daniel Almeida (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara)
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