Finlândia na Otan e o “tiro pela culatra”
Leia mais: Trump indiciado fica mais fortalecido? / Israel invade Mesquita de Al-qsa e bombardeia Gaza / China lança operação militar perto de Taiwan, entre outras notas.
Publicado 05/04/2023 11:27 | Editado 06/04/2023 11:29
Nesta terça-feira (4) a Finlândia concluiu o processo de adesão à Otan, tornando-se o 31º país membro da aliança. A Federação Russa reagiu afirmando que “isto não pode deixar de afetar a natureza das relações bilaterais com aqueles Estados que se tornam novos membros da aliança. A aliança é uma estrutura não amigável e em muitos aspectos hostil à Rússia e seremos forçados a tomar contramedidas”. Segundo alguns analistas, a culpa pela entrada da Finlândia é do presidente russo Vladimir Putin e de sua Operação Militar Especial na Ucrânia, que teria sido “um tiro pela culatra”, pois fortaleceu a aliança. Análise rasa, pois a Otan aumenta incessantemente seu número de membros desde o fim da Guerra Fria. Em 1991, 15 países faziam parte da aliança e até então a “grande ameaça”, que segundo a propaganda atlantista justificaria a existência da Otan, era o “Pacto de Varsóvia”. Contudo, a tal “ameaça” acabou e mesmo assim o número de países membros da Otan foi crescendo, sem qualquer justificativa, até chegar a 30, aproximando-se cada vez mais das fronteiras da Federação Russa que hoje é um país cercado pela Otan. O argumento do “tiro pela culatra” lembra o pretexto do sequestrador que espanca sua vítima com a desculpa de que ela tentou escapar do cativeiro.
Trump indiciado fica mais fortalecido?
Nesta terça-feira o ex-presidente dos EUA (2017-2021), Donald Trump, foi formalmente indiciado em 34 acusações pelo Tribunal Criminal de Manhattan. Ele se declara inocente e diz ser vítima de perseguição política. Alguns analistas consideram que a habilidade midiática de Trump transformou o limão em limonada, o que parece ser corroborado pelas pesquisas de opinião que mostram o ex-presidente – e candidato a voltar a Casa Branca – ganhando pontos desde que o indiciamento foi anunciado. Os adversários internos tiveram que se alinhar a seu favor diante da pressão dos eleitores republicanos enquanto Biden e o governo adotam a tática do silêncio. Na edição desta quarta-feira (5), o Jornal O Globo diz que, em relação a Trump, o indiciamento “o fortalece para a largada da corrida para ser o candidato do seu partido no pleito do ano que vem”. Por outro lado, o jornal traz também a opinião de Erick Langer, professor da Universidade de Georgetown. Segundo ele, Trump colhe frutos agora, mas com o desenrolar do processo e o surgimento de outras ações, como por exemplo a acusação de que incentivou ou organizou a invasão do Capitólio, o desgaste será inevitável.
Israel invade Mesquita de Al-qsa e bombardeia faixa de Gaza
Dezenas de palestinos ficaram feridos durante os confrontos desta terça-feira com as forças israelenses na Mesquita de Al-Aqsa, na cidade de Jerusalém. Relatos indicam que as forças israelenses invadiram o salão de orações da Mesquita atacando os palestinos com granadas de efeito moral, balas de borracha, bastões e rifles. Cenas chocantes da agressão estão viralizando na internet. O diretor do Centro Palestino para Estudos de Prisioneiros, Riyad Al-Ashqar, afirmou que as forças israelenses detiveram mais de 200 palestinos durante a operação, mas algumas fontes falam em 350 presos. A mídia ainda relatou que as forças israelenses proibiram a presença de jornalistas, bem como o registro das operações. O ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein Al Sheikh, afirmou que “o nível de brutalidade (da polícia israelense) exige uma ação urgente palestina, árabe e internacional”. A Jordânia – que administra os locais sagrados muçulmanos de Jerusalém – e a Arábia Saudita condenaram o ataque à Mesquita e pediram às forças israelenses que se retirem imediatamente. Nesta quarta-feira a Força Aérea de Israel fez novos ataques aéreos contra alvos na Faixa de Gaza depois que, segundo Tel Aviv, nove foguetes foram disparados contra o território israelense em suposta resposta às agressões sionistas na Mesquita de Al-qsa. Com informações da Sputnik News e Carta Capital.
China lança operação especial perto de Taiwan
A China lançou nesta quarta-feira uma operação especial perto de Taiwan, informa a Presa Latina. A operação é vista como uma resposta ao anunciado encontro entre a líder da ilha, Tsai Ing-wen e o presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy. A ação inclui patrulhas e inspeções conjuntas em partes do estreito central e norte de Taiwan. As forças armadas chinesas estão posicionadas perto de Taiwan há dias com aeronaves, navios de guerra, equipamentos e armamento de última geração envolvidos em exercícios maciços de fogo real e alta intensidade. A operação foi iniciada horas antes do encontro acertado entre Tsai e McCarthy na cidade de Los Angeles, onde Tsai Ing-wen está em trânsito após retornar de sua viagem a Belize e Guatemala. Nesta terça-feira o Ministério das Relações Exteriores chinês reiterou a rejeição do encontro e exigiu que Washington respeite os fundamentos das relações bilaterais e não permita contatos oficiais com Taipei.
Xi Jinping pede sólida campanha de educação no PC da China
O secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e presidente da República Popular da China, Xi Jinping, pediu na segunda-feira (3) esforços sólidos para realizar a campanha de educação abordando o pensamento sobre o socialismo com características chinesas para a Nova Era. “A iniciativa deve ser uma oportunidade para armar ainda mais todos os membros do Partido com as novas teorias do Partido e fortalecer seu entendimento do Marxismo”, disse o líder chinês. Ele pediu aos membros do Partido que se esforcem conjuntamente para construir de forma abrangente uma China socialista moderna e realizar a grande revitalização da nação chinesa. Xi Jinping fez essas observações durante um importante discurso em uma conferência de trabalho sobre a campanha educativa, que abrange todo o Partido. Informações da Rádio China Internacional.
Arquivado pedido de destituição da presidenta do Peru
Carta Capital informa que o Congresso do Peru arquivou, nesta terça-feira, um pedido de destituição contra a presidente Dina Boluarte. O pedido se baseava na forte repressão, ordenada por Boluarte, contra os protestos que eclodiram após a deposição de seu antecessor, Pedro Castillo, que deixou um saldo de pelo menos 50 mortos. “Foram a favor 37 congressistas, 64 contra, 10 abstenções: portanto, a moção de vacância da presidente Dina Boluarte não foi admitida e é arquivada”, anunciou o presidente do Congresso, José Williams.
China pode relaxar uso da Máscara
A Agência Xinhua, citando a edição desta terça-feira do jornal China Daily, informa que a China pode relaxar o uso obrigatório de máscaras em público, exceto em centros de atendimento a idosos e outras instalações de alto risco, já que a pandemia global da COVID-19 está chegando ao fim e as infecções domésticas por gripe estão diminuindo. A epidemia em declínio nos últimos meses deu origem a discussões sobre o descarte de coberturas faciais em um passo para restaurar totalmente a vida normal, disse o jornal. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, o número de novos casos positivos da COVID-19 caiu para menos de 3 mil na última quinta-feira, quase o mesmo nível observado em outubro, antes de um grande surto que atingiu o pico no final de dezembro e não houve novas mortes relacionadas à COVID-19 em hospitais há várias semanas. Um especialista ouvido pelo jornal garante: “É seguro dizer que esta onda da epidemia nacional basicamente terminou.”