Ministério Público acelera o ritmo das investigações sobre “rachadinhas” de Carlos Bolsonaro

Transações financeiras identificaram um novo caminho para o MP-RJ para denunciar Carlos e outros 26 pelo crime de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Foto: Alan Santos/PR

O Ministério Público do Rio de Janeiro encontrou um novo rastro financeiro que pode acelerar o ritmo das investigações sobre supostas “rachadinhas” no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).

O Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP-RJ já havia concluído nesta terça (11) o laudo técnico sobre as transações do filho do ex-presidente e de seus funcionários no gabinete da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

As investigações começaram depois que a revista “Época” publicou reportagem, em 2019, denunciando que sete parentes de Ana Cristina Valle, madrasta de Carlos e segunda esposa de Jair Bolsanaro, eram lotados no gabinete do vereador mas não compareciam ao trabalho.

O MP identificou operações bancárias para um personagem secundário que pode ser considerado operador do esquema. No total, o MP derrubou o sigilo bancário de 27 pessoas, incluindo o próprio Carlos Bolsanaro, parentes de Ana Cristina Valle e a própria madrasta.

As investigações são determinantes para analisar se os envolvidos responderão ou não pelo crime de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Apelidado de “rachadinha”, o esquema desenvolvido pela família Bolsonaro consiste em contratar empregados fantasmas que repassam a verba dos salários do gabinete para o padrinho político.

No caso mais famoso do clã, o senador Flávio Bolsonaro chegou a ser denunciado pelo MP por manter um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando ainda era deputado estadual. O STJ anulou as decisões.