Governo vai abrir um escritório da Apex em Lisboa, diz Lula

Lula defende também a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia.

Lula ao lado do primeiro-ministro de Portugal, António Costa | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Durante evento em Portugal neste sábado, o presidente Lula (PT) afirmou que o Brasil abrirá um escritório da Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil) em Lisboa. Lula disse também que faltam “pequenos ajustes” para a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

Segundo o presidente, a medida vai mostrar “a seriedade da relação entre Brasil e Portugal”. A declaração foi feita na XIII Cimeira Brasil-Portugal, evento realizado em Lisboa com o objetivo de estreitar a cooperação bilateral entre os dois países. Atualmente, a Apex conta com escritórios em 7 países estrangeiros: China, Emirados Árabes Unidos e Israel (Ásia), Bélgica e Rússia (Europa), Estados Unidos e Colômbia (América).

“O que nós estamos fazendo aqui em Portugal é dizer ao povo português que nos sentimos em casa em Portugal, que para nós não é um país estrangeiro, é uma extensão da nossa casa chamada Brasil, como o Brasil é extensão de Portugal. É assim que devemos nos relacionar.”, disse o presidente brasileiro.

No mesmo encontro, Lula defendeu a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia. O presidente também ainda uma “discussão mais séria” para um tratado entre UE e a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

“No que depender de mim, a gente vai fazer um acordo União Europeia e Mercosul. Faltam pequenos ajustes e nós temos condições de fazer. Se depender de mim, a gente vai tentar concluir a discussão mais séria do acordo União Europeia e Celac. Se depender de mim, a gente vai rearticular a unidade da América do Sul porque a gente quer provar que juntos somos um grande bloco econômico”, disse durante discurso.

A solenidade contou com a participação do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e foram assinados 13 acordos nas áreas de educação, justiça, saúde, economia e cultura. Lula destacou a importância da assinatura dos acordos bilaterais, após sete anos de interrupção da Cimeira Brasil-Portugal.

Brasil e Portugal assinaram 13 acordos

Lula e o primeiro-ministro de Portugal, António Costa (ambos centro da foto) com os ministros, Márcio Macêdo (Sec. Geral) e Camilo Santana (Educação) antes da 13ª Cimeira Luso-Brasileira | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Na área de educação, foi assinado acordo que estabelece o enquadramento jurídico da concessão de equivalência de estudos no Brasil (ensino fundamental e médio) e em Portugal (ensino básico e secundário), para promover uma adequada integração escolar dos dois países. Outro acordo na área da educação prevê a criação da Escola Portuguesa de São Paulo.

Os dois chefes de governo reafirmaram o compromisso, ao nível da Saúde Pública, para o desenvolvimento e inovação nas áreas da Saúde e Biotecnologia, “com especial enfoque na vigilância epidemiológica, na preparação e resposta a emergências em saúde pública, na saúde digital, e no desenvolvimento e produção de equipamentos para a saúde”.

No campo dos direitos humanos, foram dois termos: um para a proteção de testemunhas em processo penal e outro que institui boas práticas na promoção e defesa dos direitos das pessoas com deficiência.

A Agência Espacial Portuguesa e a Agência Espacial Brasileira firmaram cooperação de uso pacífico do espaço, ciências espaciais e tecnologias.

Os ministros da Cultura de Portugal e do Brasil assinaram ainda um memorando de entendimento na área do cinema, com a participação da Agência Nacional do Cinema (Ancine), com foco na promoção da produção cinematográfica de Portugal e do Brasil, através do cofinanciamento de projetos dos dois países.

Os dois países também assinaram memorando de entendimento para promover o reconhecimento mútuo de títulos de condução (carteira de motorista). Também foram assinados memorandos nas áreas de Energia, Geologia e Minas, além da cooperação entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e Agência Lusa.

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com informações da Agência Brasil e Valor Ecônomico
Edição: Bárbara Luz

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