PF ouve militares do GSI que aparecem em gravações durante atos golpistas
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o GSI listou servidores que estavam no palácio durante ataques; investigação irá apontar se houve aliança com extremistas
Publicado 23/04/2023 13:17 | Editado 24/04/2023 16:41
A Polícia Federal (PF) toma neste domingo (23) o depoimento de militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) identificados em imagens gravadas dentro do Palácio do Planalto em 8 de janeiro. As oitivas estão sendo realizadas na sede da corporação em Brasília.
A PF intimou nove servidores que foram identificados nas gravações pelo ministro interino do GSI, Ricardo Capelli, após o ministro do STF e relator das investigações sobre os atos golpistas, Alexandre de Moraes, determinar que todos fossem ouvidos pela PF no prazo de 48 horas. A participação ou omissão deles nos atos ainda será investigada pela PF.
Pela manhã foram ouvidos o General Carlos Feitosa Rodrigues; Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior; Coronel Alexandre Santos de Amorim; Coronel André Garcia Furtado e o Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos. Na parte da tarde, a partir das 14 horas, serão ouvidos o Tenente-coronel Marcus Vinicius Bras de Camargo, Major José Eduardo Natale de Paula Pereira, Capitão Adilson Rodrigues da Silva e Sargento Laércio da Costa Júnior.
A medida foi tomada após as gravações de câmeras de segurança do Planalto, divulgadas pela CNN Brasil na quarta-feira (19), mostrarem o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias e outros servidores no interior do Palácio do Planalto durante os atos. Dias pediu demissão do cargo após o surgimento das imagens.
Entre os convocados está o capitão José Eduardo Natale de Paula Pereira, flagrado nas imagens das câmeras de segurança dando água para os manifestantes golpistas.
Moraes também determinou a quebra do sigilo das imagens feitas pelas câmeras durante a invasão do Palácio do Planalto para envio à investigação que está em andamento no STF. As imagens estavam em poder do GSI e foram utilizadas como provas iniciais para justificar a abertura de sindicância contra os envolvidos. Na tarde deste domingo, o órgão publicou nota divulgando o arquivo com as imagens.
“Gerenciamento de crise“
Nesta sexta (21), a PF ouviu o general da reserva Gonçalves Dias. Ele negou ter sido conivente com os golpistas e disse que estava fazendo “gerenciamento de crise”. O ex-ministro afirmou que, sozinho, não teria conseguido prender os extremistas. As informações são do g1.
“Indagado porque, no 3° e 4° pisos, conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo”, registrou a PF durante o depoimento.
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com informações de agências