Nas maiores crises, sempre escutem os comunistas

Na dúvida, melhor seguir o método de se perguntar: o que os camaradas comunistas dizem desse problema? A resposta é um caminho.

Os republicanos do Congresso liderados pelo presidente Kevin McCarthy estão executando um golpe de limite de dívida, que pode colocar em risco a Previdência Social, o Medicare, o vale-refeição e toda a economia.. Photos: AP / Montagem: People's World

Leio hoje no People’s World o artigo “O golpe do limite da dívida dos republicanos do Congresso arrisca um desastre econômico”. O texto, que pode ser visto aqui.

Abro a home do importante site dos socialistas dos Estados Unidos. Nele, podemos ler:

“Relatórios recentes indicam que a ‘data X’ do limite da dívida pode chegar já em 1º de junho. Nessa data X, o Tesouro dos EUA não terá mais dinheiro suficiente em suas contas no Banco Central americano para cumprir todas as obrigações legais de gastos legisladas pelo Congresso. Essas obrigações incluem o pagamento dos detentores da dívida do Tesouro dos EUA, cheques da Previdência Social e reembolsos a médicos que tratam de pacientes cobertos pelo Medicare (serviço governamental nos EUA para pessoas com 65 anos de idade ou mais) e Medicaid (que permite a pessoas pobres receberem tratamento médico).

A maneira normal de lidar com esse déficit de caixa – vender novas emissões de dívida e depositar os recursos na conta do Tesouro – é exatamente o que o limite da dívida tornará impossível nessa data.

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Se a data X chegar e nada for feito, a não ser o governo federal deixar de cumprir suas obrigações de gastos, ocorrerá uma calamidade econômica: as pessoas que dependem de programas como a Previdência Social e os vales-alimentação sofrerão, e os efeitos colaterais na economia em geral certamente causarão uma recessão – e uma recessão realmente horrível se o impasse durar por um período de tempo significativo.

O fator que forçaria esse terrível resultado não seria nenhuma realidade econômica implacável, seria simplesmente os republicanos do Congresso usando como arma a instituição política absurda que é um limite de dívida estatutário que só pode ser ajustado por meio de atos do Congresso”.

Então, eu, ignorante, meio cético (como deve ser todo ignorante das lições de intelectuais especializados), fiquei a me perguntar: não estão exagerando? Será que um abalo mundial está em curso? (curso para ignorantes do fundamental, eu poderia ter acrescentado). Então vou para outras fontes. E descubro na coluna Toda Mídia, de Nelson de Sá:  

“Lula vai ao G7, Biden pode ficar em casa para evitar calote da dívida

Lula vai à cúpula do G7 na semana que vem, mas ‘Joe Biden sinalizou a possibilidade de cancelar a viagem caso o impasse sobre a dívida não seja resolvido’, no despacho da Reuters.

Ele pressiona republicanos a elevar o teto de endividamento. De Biden, em vídeo mostrado por Bloomberg e outras: ‘Se dermos calote na nossa dívida, é um problema para o mundo inteiro. A nossa reputação internacional seria afetada ao extremo’.

Nesta quinta, uma reunião preparatória para a cúpula foi coberta pela Reuters com enunciados como ‘Drama da dívida dos EUA invade a festa do G7’ e a ‘ofusca’.

A crise ‘é uma dor de cabeça’ para o anfitrião, o Japão, o maior detentor de títulos da dívida dos EUA’ depois que a China passou a reduzir suas reservas em dólar”.

 Então concluo: na dúvida, melhor seguir o método de se perguntar: o que os camaradas comunistas dizem desse problema? A resposta é um caminho.

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