59º. Congresso da UNE começa dia 12 de julho, em Brasília

A presidente da entidade, Bruna Brelaz, antecipa os principais debates do maior fórum político da juventude brasileira, no novo ciclo democrático do país.

Bruna Brelaz comanda a mais importante entidade estudantil do país.

Em 2023, o Congresso da União Nacional de Estudantes (UNE) vai acontecer de 12 a 16 de julho, em Brasília, no Distrito Federal. O fórum é o maior encontro político da juventude brasileira, com debates sobre temas fundamentais do país, encontro com personalidades políticas, eleição da nova diretoria da entidade, elaboração de resoluções com plano de ação e muita festa.

Durante cinco dias, estudantes de todas as regiões do Brasil vão participar de debates, grupos de discussão e grandes atos políticos, além de atividades culturais. Personalidades de todos os espectros políticos do campo progressista também são convidadas para as discussões.

O Portal Vermelho entrevistou a presidenta da entidade, a manauara Bruna Brelaz, para saber o que diferencia o Conune deste ano, especialmente em termos dos temas que movimentam a comunidade estudantil do país. Bruna informou que a entidade espera a participação de  10 mil estudantes de todo o país no debate congressual.

Leia também: UNE protesta contra inclusão do Fundeb nas regras do arcabouço fiscal

Agenda emergencial

Ela lembrou que este Congresso retoma o formato presencial e ocorre no marco de um novo ciclo democrático no país. “Estamos tendo diálogo com o MEC, levando as urgências dos estudantes e da educação. Temos pautas essenciais para o futuro da educação e das universidades e que vamos debater amplamente nos dias de Congresso”, antecipou ela. 

Bruna cita como pautas que devem marcar esta edição a revisão da Lei de Cotas, a retomada e aperfeiçoamento da política de Permanência Estudantil, a democracia nas universidades, a violência nas escolas e universidades, o combate ao racismo, ao machismo e à LGBTfobia, discursos de ódio, a conjuntura política do país e muito mais. “Destaco também o tema da Reforma Universitária, onde queremos retomar o debate no Congresso da UNE e dar o pontapé para as discussões sobre essa bandeira história nas universidades”, ressaltou. 

Leia também: Bienal da UNE acontece no Rio, sob novos ares de esperança

Crise do Ensino Médio

A UNE também se preocupa com a crise do ensino médio, por tudo que implica na relação com o ensino superior. A mudança conhecida como Novo Ensino Médio (NEM), implantada em 2017, tem demonstrado enormes lacunas e deficiências na formação dos adolescentes, além de ser implementada sem preparo adequado para os professores.

Bruna disse que a entidade está junto com as mobilizações, articulação e diálogo com a UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) na luta pela Revogação do Novo Ensino Médio e pela criação de uma proposta com diálogo com estudantes, professores e que contemple as reais necessidades dos jovens dessa geração. 

“Entendemos que, nos moldes que está hoje, além de prejudicar a profissão do professor, impactar nos cursos de licenciatura, o NEM não abre portas para o ensino superior aos estudantes da escola pública, gerando ainda mais desigualdade”, justificou. O modo como professores assumem itinerários formativos que nada têm a ver com sua licenciatura, e a falta de disciplinas básicas em muitos itinerários, explicam a preocupação da UNE.

Leia também: Pressão da UNE, Ubes e ANPG resulta em vitória para bolsistas da Capes

Reconstruir o orçamento da ciência

Embora os rankings de melhores universidades se espalhem baseados em critérios comparativos duvidosos, Bruna considera que é preciso atentar para os cortes dramáticos de recursos que ocorreram nos anos Bolsonaro e podem ter afetado a capacidade científica do país.

Segundo ela, os rankings não são parâmetros únicos para medir a qualidade de universidades, já que são feitos em comparação. Na opinião dela, o fato de uma universidade subir ou descer no ranking pode estar vinculado à melhora ou piora de outras. “Existem instituições que promovem revoluções nas regiões, gerando desenvolvimento e interiorização do ensino superior”, salienta. 

Porém, apesar do anúncio da reposição do orçamento das universidades pelo Governo Lula, recursos que foram cortados nos últimos anos, Bruna admite que há muitas  estruturas e investimentos nas instituições para serem retomadas. 

“Existe um processo em curso e a UNE acompanha de perto: valorização das pesquisas, projetos de extensão, reformas nas estruturas, retomada das obras paradas, programas de permanência e valorização da autonomia universitária”, afirmou.

Leia também: Quem é Bruna Brelaz, nova líder estudantil do Brasil?

Esta atenção especial da entidade com as novas políticas voltadas à universidade e à ciência, são necessárias, de acordo com a dirigente estudantil, devido às sequelas que ainda permanecem do bolsonarismo. Além de perseguir a universidade e desqualificar a produção científica brasileira, o ex-presidente fez o que pode para sabotar financeiramente seus orçamentos.

“Estamos em um processo de reconstrução. Para a UNE, um encontro dessa amplitude como o CONUNE para debater os caminhos da educação, será de extrema importância nesse momento”, disse.

Participantes

Qualquer estudante pode participar, desde que esteja devidamente matriculado em uma instituição superior de ensino. As inscrições podem ser feitas nas modalidades: delegado e observador. 

Os delegados são eleitos como representantes em suas universidades, em processos eleitorais devidamente credenciados, e têm direito a voz e voto durante a plenária. Já os observadores credenciados podem participar da elaboração de teses, opinar, participar de todas as atividades, mas não têm direito a voto. 

Votações

Ao fim, tudo que foi discutido será compilado e votado em uma plenária final conduzida pela mesa diretora (presidente, vice e secretária-geral). São votadas as teses de Conjuntura, Educação e Movimento Estudantil, que são propostas para essas áreas, bem como a presidência e nova diretoria da entidade pelos próximos dois anos.

Os estudantes se organizam em movimentos para a elaboração de teses, e os movimentos se unificam em uma ou mais chapas na hora de cada votação. A votação das teses é realizada por contraste visual, por meio dos crachás que são levantados na plateia.

Já a eleição da nova Diretoria da UNE é realizada no último dia do encontro, com voto secreto em urna, mediante apresentação de credencial (crachá) de delegado juntamente com um documento oficial com foto.

Ao todo, 81 diretores assumem cargos na entidade e o resultado segue a proporcionalidade dos votos que as chapas receberam na composição da nova diretoria. É desta forma um exercício de democracia e pluralidade de correntes de pensamento que compõem a União Nacional dos Estudantes.

TUDO SOBRE O 59o. CONGRESSO DA UNE

LEIA AQUI O REGIMENTO DO 59ª CONGRESSO DA UNE.

VALOR DA INSCRIÇÃO: R$ 150,00

DATA DE INÍCIO: 24/05/2023 até 10/06/2023

VALOR DA INSCRIÇÃO: R$ 175,00

DATA DE INÍCIO: 11/06/2023 até 11/07/2023

VALOR DA INSCRIÇÃO: R$ 225,00

DATA DE INÍCIO: 12/07/2023 até 16/07/2023

Desconto de 30% para aluno cotista e prounista valido somente até o dia 10 de junho

Autor