Empresas em recuperação somaram 382 entre janeiro e abril

Segundo dados da Serasa Experian, número de empresas com pedidos de recuperação judicial no período é o maior dos últimos anos; a maioria está na área de serviços e comércio

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Entre janeiro e abril deste ano, 382 empresas entraram com pedidos de recuperação judicial, o maior número em cinco anos, segundo dados da Serasa Experian — em 2018, foram 518. Também cresceu o número de falências. Nos quatro primeiros meses deste ano, foram 346 pedidos de falência — 222 decretadas. 

Os juros altos, a pandemia e a falta de uma política econômica adequada às necessidades do país nos últimos anos, além da possibilidade de problemas de gestão em certos casos, estão entre os principais fatores para essa situação. 

Dentre os casos mais emblemáticos estão gigantes como Americanas, Grupo Petrópolis, Light e Oi. Muitas vezes, a situação das grandes acaba também se refletindo nas dificuldades de outras menores, que atuam como fornecedores, contaminando a cadeia. No caso da Americanas, por exemplo, são 8 mil credores. 

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Serviços e comércio estão entre os setores mais afetados, uma vez que sofrem diretamente com as dificuldades impostas à população, que teve seu poder de compra achatado nos últimos anos. Do total de empresas que pediram recuperação, 164 são da área de serviços, 99 do comércio, 82 da indústria e 37 do setor primário. 

A alta taxa de juros praticada pelo Banco Central aparece como uma das principais vilãs, uma vez que não apenas encarece o crédito para quem deseja comprar como também eleva o valor das dívidas e diminui a margem de lucro das empresas, criando uma espécie de espiral negativa. Não à toa, o número de empresas com risco de calote mais do que dobrou em cinco meses, segundo a agência de classificação Flitch Ratings. 

Com a gradativa melhora do quadro econômico do país, que já vem gerando otimismo no mercado, e iniciativas de renegociação de dívidas das famílias, como o Desenrola, e de estímulo por exemplo ao setor automotivo, entre outras, o cenário pode melhorar levando ao aquecimento da economia e à recuperação na saúde das empresas. Porém, os juros altos seguem sendo um forte entrave para o país.

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Com agências

(PL)

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