Manifestantes se unem em protesto contra Marco Temporal
Manifestantes se unem na Avenida Paulista (SP) em protesto contra o Marco Temporal e pedem ações urgentes pela proteção do meio ambiente.
Publicado 19/06/2023 11:28 | Editado 19/06/2023 11:29
Centenas de pessoas se reuniram na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (18), com o objetivo de conscientizar sobre diversos projetos aprovados ou em tramitação no Congresso Nacional que podem prejudicar os povos indígenas e o meio ambiente . Entre esses projetos está o relativo ao “Marco Temporal”, que estabelece que as terras ocupadas por povos tradicionais até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, serão reconhecidas como territórios indígenas.
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Organizações e instituições ambientais organizaram o evento, chamando a atenção para as mortes do jornalista Dom Phillips e do defensor dos direitos indígenas Bruno Pereira por meio de cartazes. Os manifestantes carregavam faixas e usavam máscaras representando Arthur Lira, o presidente da Câmara dos Deputados, além de máscaras de animais. Os participantes embarcaram em uma marcha contra o “Marco Temporal” e exigiram soluções urgentes para a crise climática.
Protestos em várias capitais do país
Além de São Paulo, a manifestação também ocorreu em outras capitais, como Belo Horizonte, Florianópolis, Brasília e Rio de Janeiro. Os manifestantes carregavam cartazes em memória do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, além de faixas e máscaras com a imagem do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e de animais. Durante a caminhada, eles expressaram sua oposição ao marco temporal e exigiram ações urgentes para lidar com a crise climática.
Ação coletiva da sociedade é essencial
Aldrey Riechel, representante do Amigos da Terra e do Observatório do Código Florestal, enfatizou a importância de uma resposta conjunta da sociedade. Ela ressaltou que o novo governo possui propostas relacionadas à proteção ambiental e climática “mas essas coisas não vão andar se a gente não apoiar essas decisões e mostrarmos que essa também é uma demanda da sociedade”, disse à Agência Brasil.
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A consciência coletiva e a resistência dos povos originários
Yakuy Tupinambá, do povo Tupinambá de Olivença, no sul da Bahia, compartilhou a crença de que é necessária uma ação coletiva da sociedade. Ela destacou a importância do evento de domingo para chamar a atenção para questões que afetam toda a população brasileira, não apenas os povos indígenas. Tupinambá expressou a necessidade de conscientização política dos brasileiros, afirmando: “Eu tenho dito que falta politização ao povo brasileiro, e a politização conscientiza. Falta uma consciência coletiva de pertencimento ao lugar onde você nasceu e cresceu. quem tem sentimento de pertencimento cuida, mas quem não explora só.Essa luta contra o desmonte das leis ambientais não atinge só os povos indígenas ou brasileiros, atinge todo o planeta porque a Mãe Terra é um grande ventre.
Tupinambá considera inconstitucional o aprovado “Marco Temporal”, instituído pela Câmara dos Deputados. “O ‘Marco Temporal’ nem deveria existir. Considerando o arcabouço legal do Estado brasileiro, é inconstitucional. Essa é mais uma narrativa sendo imposta por uma mentalidade colonialista para usurpar o que resta desse território”, argumentou. “Continuamos resistindo. Esse ‘Marco Temporal’ deveria ser revertido, deveria ser nós, indígenas, que determinasse que vocês chegaram depois”, acrescentou.
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Durante o evento em São Paulo, Yakuy Tupinambá também divulgou a proposta de construção de uma escola filosófica para os povos indígenas. A ideia é que as escolas proporcionem aos alunos experiências e trocas com as comunidades indígenas. Ela explicou: “Nossa proposta abrange os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.
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com informações da Agência Brasil
Edição: Bárbara Luz