Direita vence eleições, mas não consegue formar governo na Espanha
Resistência da esquerda surpreende e impede ascensão da extrema-direita, que perdeu 19 assentos. Sem maioria absoluta, no entanto, caos político pode durar semanas no país
Publicado 24/07/2023 07:51 | Editado 24/07/2023 17:34
O Partido Popular, liderado por Alberto Nuñez Feijoó, venceu as eleições neste domingo (23) na Espanha e conquistou 136 cadeiras no Parlamento. No entanto, chefiada pelo Vox, a extrema-direita não conseguiu os votos suficientes para Feijoó conseguir formar um governo de coalizão
A extrema-direita chefiada pelo Vox, de Santiago Abascal, encolheu e conquistou apenas 33 assentos, 19 a menos do que tinha antes. O resultado deixa a coalizão com 169 votos, sete a menos do que era necessário.
- Partido Popular – 136 assentos no Parlamento – 33% dos votos
- Partido Socialista – 122 assentos – 31,7% dos votos
- Vox – 33 assentos – 12,39% dos votos
- Sumar (união de partidos de esquerda) – 31 assentos – 12,31% dos votos
Inesperada, a resistência da esquerda, formada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e o Sumar, conquistou 122 e 31 votos, respectivamente, somando 153 assentos. Depois do resultado, o clima na sede do PSOE, era de celebração. “A Espanha deu um recado de que o bloco que representa o retrocesso fracassou”, disse Sánchez. “Somos muitos mais os que querem que a Espanha avance”, declarou.
A esquerda temia uma derrota arrasadora depois das eleições municipais em 28 de maio, quando o tradicional PP se aliou com a extrema-direita pela primeira vez, conquistando inúmeros o governo de várias regiões antes lideradas pelo PSOE.
Com o resultado, nenhuma coalizão ampla de direita e nem todos os partidos de esquerda juntos conseguiram votos suficientes para formar maioria absoluta.
Mesmo não atingindo a maioria, Alberto Feijoó reivindica que seja autorizado a assumir o governo. A esquerda resiste a ideia, no entanto, em um caos político que pode até mesmo ter que convocar novas eleições.