Dino aciona PF para investigar acordos de Dallagnol com estrangeiros
Ex-procurador da Lava Jato, o deputado federal cassado Deltan Dallagnol negociou em sigilo acordos com autoridades dos EUA sobre multas e penalidades da Petrobras
Publicado 25/07/2023 19:38 | Editado 26/07/2023 13:45
Na última quinta-feira (20) foi revelado em reportagem de Jamil Chade (UOL) e Leandro Demori (newsletter A Grande Guerra), que o ex-procurador Deltan Dallagnol negociou em sigilo e de maneira irregular, com autoridades dos EUA, um acordo para dividir o valor que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades por corrupção no âmbito da operação Lava Jato.
Este novo escândalo, que mais uma vez joga holofote sobre os métodos irregulares adotados na Lava Jato, será investigado agora pela Polícia Federal.
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E quem acionou a PF foi o ministro da Justiça, Flávio Dino, que disse em seu Twitter:
“Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras.”
Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras.
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) July 24, 2023
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Na segunda (24), chegou a ser veiculado que a Advocacia-Geral da União aventa a possibilidade de mover uma ação contra o ex-chefe da Lava Jato e deputado federal cassado por improbidade administrativa pelo mesmo fato que fez Dino acionar a polícia.
Para a membros da AGU, ao negociar com os estrangeiros Dallagnol violou regras de cooperação e se apresentou de forma ilegítima como representante do governo brasileiro.
Em suas redes pessoais o deputado cassado se diz perseguido e ameaçou com processo quem se ‘unir’ ao ministro da Justiça: “O abuso de Dino e de quem se unir à sua perseguição política irresponsável será levado à Justiça para devida responsabilização.” Sobre a reportagem de Chade e Demori, classificou como “jornalismo militante” e acusou ser uma narrativa criada.