Conselho de Segurança da ONU não levou guerra a sério, diz Lula

Para o presidente, Zelensky e Putin estão tentando “ganhar” a guerra enquanto “pessoas estão morrendo”. Lula reafirmou o desejo do Brasil de buscar a paz

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Em encontro com correspondentes internacionais, nesta quarta (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o Conselho de Segurança da ONU na guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Lula não poupou os dois presidentes dos países em guerra, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, por tentarem “ganhar”, enquanto “pessoas estão morrendo”.

“Por enquanto, a gente não tem ouvido nem de Zelensky nem de Putin a ideia de que vamos parar e vamos negociar. Por enquanto, os dois estão naquela fase de ‘eu vou ganhar, eu vou ganhar, eu vou ganhar, eu vou ganhar’, sabe? Enquanto isso, as pessoas estão morrendo”, disse.

O presidente disse que o Conselho de Segurança da ONU não teria atuado como um fórum de “governança global”, o que contribuiu para a eclosão da guerra. “Essa guerra se tivesse sido discutida no Conselho de Segurança da ONU, tivesse sido levada a sério e, se o Conselho de Segurança da ONU se comportasse como uma governança global, que respeitasse o coletivo dos países mundiais, possivelmente chegássemos à conclusão de que não tem que ter guerra, a Rússia não tem que invadir a Ucrânia”, disse o presidente.

Lula também disse que o Brasil vem se esforçando para buscar a paz no conflito. “O Brasil está naquele hall de países que está tentando procurar um caminho para que se possa utilizar a palavra paz”, concluiu.

Argentina nos Brics

Aos jornalistas, o presidente também defendeu a entrada de nações como Arábia Saudita, Argentina e Emirados Árabes Unidos no Brics. Atualmente, o bloco é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e Estados Unidos.

Ainda neste mês, os presidentes dos cincos países do Brics se reunirão na África do Sul. Para Lula, o bloco poderia decidir sobre as adesões neste encontro. “Eu acho extremamente importante a gente permitir que outros países que cumpram as exigências dos Brics entrarem para os Brics. Do ponto de vista mundial, eu acho que os Brics podem ter um papel, eu diria, excepcional”, declarou.

O presidente ainda cobrou do Banco do Brics atuação diferente do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Eu acho que o Banco dos Brics tem que ser mais eficaz e mais generoso do que o FMI [Fundo Monetário Internacional]. Ou seja, um banco ele existe para ajudar a salvar o país e não para ajudar a afundar o país, que é o que o FMI faz muitas vezes”, disse Lula.

O Banco dos Brics é uma instituição que reúne aportes dos cinco países para financiar projetos de desenvolvimento nessas e outras nações. Atualmente, o banco é presidido por Dilma Roussef.

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