Lula defende ampliação dos Brics; 22 países já pediram adesão

Além de nações latino-americanas e africanas, os Brics estudam o eventual ingresso da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, que estão no ranking dos maiores produtores de petróleo

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O futuro dos Brics está em pauta. Formado por cinco países – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, o bloco de nações emergentes pode crescer mais do que quatro vezes caso aceite novos membros. Há 22 países que já fizeram o pedido formal de adesão, mas as propostas ainda estão em fase inicial de análise.

Nesta quarta-feira (2), durante café da manhã com correspondentes estrangeiros no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a ampliação dos Brics. “Acho extremamente importante permitir outros países que cumprem as exigências dos Brics entrarem para os Brics. Do ponto de vista mundial, os Brics podem ter um papel – eu diria – excepcional”, declarou Lula aos jornalistas.

O tema deve estar em pauta na próxima cúpula do grupo, de 22 a 24 de agosto, em Johanesburgo, na África do Sul. Um dos objetivos dos Brics é expandir a parceria econômica entre seus membros, por meio de tratados de comércio e cooperação.

Lula acredita que mais membros devem fortalecer o grupo e ainda ajudar países que tentam diminuir a dependência do dólar e do FMI (Fundo Monetário Internacional). “Os Brics deve servir para ajudar a desenvolver um financiamento adequado, sem espada na cabeça, dos outros países a se desenvolverem”, declarou o presidente.

Além de nações latino-americanas e africanas, os Brics estudam o eventual ingresso da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, que estão no ranking dos maiores produtores de petróleo no mundo. Entre os vizinhos do Brasil, já houve pedidos de adesão da Argentina e da Venezuela.

Aos correspondentes estrangeiros, Lula acrescentou que o diálogo do Brasil com outros países terá como prioridade o combate à fome e às desigualdades. Segundo ele, “não é normal a gente tratar a desigualdade como normal”.

“Há uma desigualdade visível na cara de todos nós. Como a gente combate isso? Essa é a tarefa que quero assumir e vai ser parte do meu discurso na ONU, nos Brics, no G-20”, antecipou o presidente.

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