Equador declara estado de exceção e mantém eleições para o dia 20
Candidato Fernando Villavicencio foi assassinado com três tiros durante compromisso eleitoral. Villavicencio alçou carreira com denuncias de corrupção e muitas fake news
Publicado 10/08/2023 12:04 | Editado 11/08/2023 08:16
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou, nesta quinta (10) estado de exceção em todo o país. De acordo com o governo, a medida visa garantir a segurança das eleições gerais, que estão mantidas para o dia 20 de agosto.
Autoridades do país disseram que o suspeito de efetuar os disparos contra o candidato foi morto pelas forças policiais e outros seis estão presos. Nove pessoas foram atingidas pelos disparos, mas ainda não tem a informação do estado de saúde das vítimas.
Leia também: Assassinato de Fernando Villavicencio e as perguntas principais
Em um vídeo divulgado na rede social X (antigo Twitter), um grupo de homens encapuzados que alegam pertencer a facção criminosa “Los Lobos” assumiram o assassinato de Villavicencio. Na gravação, o grupo acusa o jornalista de ter feito um acordo com o crime organizado e não ter cumprido.
O Los Lobos são uma dissidência da facção “Los Cocheros”, uma filial equatoriana do Cartel de Sinaloa, no México. Tido como um país relativamente pacífico, o Equador vem sofrendo nos últimos cinco anos com a violência do narcotráfico.
Ainda no vídeo, o grupo ameaça outro presidenciável, Jan Topic. “Isso se repetirá quando os corruptos não cumprirem suas palavras (…) Você também, Jan Topic.” É a primeira vez que um candidato a presidência é assassinado no Equador.
Leia também: Execução de Villavicencio beneficia ultradireita, diz jornalista da Hispantv
O ex-presidente Rafael Corrêa, no entanto, nas redes sociais, afirmou que o vídeo “fake” e lamentou que pessoas brinquem com uma situação dessas.
Fernando Villavicencio tinha 59 anos e era jornalista investigativo. Era feroz opositor da Revolução Cidadã; como jornalista criou diversos “fake news” contra o ex-presidente Rafael Corrêa.
Segundo a empresa de pesquisas TelcoData, o candidato assassinado figurava como um dos últimos na intenção de voto, com 6,8%. Antes dele, candidata à presidência do Equador pelo movimento Revolução Cidadã (RC), liderava a intenção de voto com 30,5%, seguido de Jan Topic, com 13,1%. Em um terceiro grupo estão Yaku Pérez, com 7% e Otto Sonnenholzner, com 6,5% das intenções de voto.