Arábia Saudita é acusada de matar centenas de migrantes

Mais de 70 páginas detalham assassinatos de requerentes de asilo tentando cruzar a fronteira. O fato pode ser considerado crime contra a humanidade, diz ONG

Foto: Reprodução

Um relatório da Humans Right Watch (HRW) divulgado nesta segunda (21) acusa guardas da fronteira da Arábia Saudita de atirarem e jogarem bombas contra imigrantes vindos da Etiópia.

A organização não governamental (ONG) diz que os agentes mataram ao menos centenas de requerentes de asilo que tentaram cruzar a fronteira. De acordo com a ONG, caso os assassinatos façam parte de uma política saudita, o fato pode ser considerado um crime contra a humanidade.

O relatório tem 73 páginas e foi intitulado “’Eles atiraram em nós como chuva’: assassinatos em massa de migrantes etíopes na Arábia Saudita na fronteira entre o Iêmen e a Arábia Saudita”. No documento é possível constatar um padrão generalizado e sistemático de ataques aos migrantes.

“Em alguns casos, os guardas de fronteira sauditas perguntavam aos migrantes em que membro atirar e, em seguida, atiravam à queima-roupa. Guardas de fronteira sauditas também dispararam armas explosivas contra migrantes que tentavam fugir de volta para o Iêmen”, diz o relatório. De acordo com a HRW mulheres e crianças também foram assassinadas.

“Um rapaz de 17 anos afirmou que os guardas fronteiriços o obrigaram, juntamente com outros sobreviventes, a abusar sexualmente de duas jovens, também elas sobreviventes, depois de terem executado outro migrante que se recusou fazê-lo”, segue o documento.

Atualmente, cerca de 750 mil etíopes vivem na Arábia Saudita. A maioria deles fogem dos conflitos na região do Tigré, no norte da Etiópia. Os casos citados no relatório se referem ao período entre março de 2022 e junho de 2023.

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