PF abre inquérito para investigar causas de apagão

Queda de energia que atingiu 25 estados e o DF no dia 15 de agosto deixou 29 milhões de brasileiros sem energia elétrica

Foto: Agência Brasil

A Polícia Federal instaurou nesta terça-feira (22) inquérito policial para apurar as causas do apagão que deixou 25 estados e o Distrito Federal sem energia elétrica no dia 15 de agosto.

Em nota, a PF informa que o caso corre sob sigilo e “apura os crimes de sabotagem e atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública”. O pedido de abertura de apuração foi encaminhado à PF pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). Para ele, a falta de uma explicação clara sobre o ocorrido justifica a medida.

No dia posterior ao blecaute, 16 de agosto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), informou que iria solicitar ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que a PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigassem as possíveis causas da falta de energia.

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“Tenho absoluta convicção de que o ONS, até pela sua característica técnica, não vai ter condição de dizer textualmente se esses eventos foram eminentemente técnicos, ou se houve também falha humana ou até dolo”, disse o ministro na ocasião

Segundo Silveira, o apagão deixou cerca de 29 milhões de brasileiros sem luz. O único fundamento concreto é que houve um desligamento na linha de transmissão Quixadá/Fortaleza II, no Ceará, por atuação indevida do sistema de proteção, como mostrou o primeiro documento do Sistema Interligado Nacional sobre o caso.

O que se sabe

A interrupção começou às 8h30 do dia 15 de agosto, com queda no fornecimento de 19 mil megawatts, cerca de 27% da carga total (73 mil MW) naquele horário. O ponto de partida foi desligamento da linha de transmissão 500 kV Quixadá-Fortaleza II, pertencente à Eletrobras Chesf, com “uma atuação incorreta no sistema de proteção da linha, que operava dentro dos limites, ocasionou o seu desligamento”, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (NOS)

O operador afirma que depois de 600 milissegundos as Proteções de Perda de Sincronismo (PPS) foram acionadas e possibilitaram “a abertura controlada de linhas que compõem as interligações Norte – Nordeste, Nordeste – Sudeste e Norte – Sul, separando o SIN em três áreas elétricas”.

As cargas em todas as regiões passaram a ser recompostas em poucos minutos após a queda. De acordo com o operador, até as 10h, o fornecimento já havia sido normalizado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O sistema foi totalmente restaurado às 14h49.

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com agências

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