Alexandre de Moraes homologa acordo de delação e manda soltar Mauro Cid

O ex-ajudante de Bolsonaro, que foi preso pelo envolvimento na falsificação do cartão de vacina do ex-presidente, terá que cumprir medidas cautelares como uso de tornozeleira

Mauro Cid durante depoimento na CPMI do Golpe (Foto: Geraldo Magela/Senado)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologou o acordo de delação premiada e mandou soltar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Preso desde de maio pelo envolvimento na falsificação do cartão de vacina do ex-presidente e familiares, o militar ficará em liberdade com cumprimento de medidas cautelares.

Cid terá de usar tornozeleira eletrônica e não sair de casas nos fins de semana e à noite. Além disso, ele foi afastado das funções militares.

A homologação foi feita depois da aprovação da Polícia Federal (PF) que investiga o ex-ajudante no inquérito das milícias digitais e outras conexões como a venda das joias sauditas recebidas como presentes pelo ex-presidente e vendida nos Estados Unidos.

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A PF também encontrou troca de mensagens de cunho golpistas no celular dele com outros militares.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, elogiou o desempenho da PF no caso. “Minhas homenagens à equipe da Polícia Federal que atuou para o andamento da colaboração premiada do Sr. Mauro Cid. A Polícia Federal atuou com seriedade, profissionalismo e pleno atendimento à Constituição, às leis e à jurisprudência do STF”, afirmou o ministro no X [antigo Twitter].

A líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (RJ), que é integrante da CPMI do Golpe, disse que a homologação vai contribuir com o trabalho da comissão.

“O STF homologou a delação premiada e concedeu liberdade provisória ao tenente-coronel Mauro Cid, figura-chave para chegar aos mandantes e financiadores dos atos golpistas no Brasil. A delação será usada no inquérito das milícias digitais, que apura o gabinete do ódio, usado para atacar o Estado Democrático de Direito, e em todas as investigaões conexas, como a venda ilegal de presentes oficiais. Está chegando a hora de confirmar o que todos sabemos sobre o 8 de Janeiro: Bolsonaro planejou, forneceu recursos e incentivou um golpe. Já está inelegível. Falta ser preso por todo o mal que causou”, escreveu a líder no X.

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