Nobel de Medicina premia cientistas que viabilizaram a vacina contra a Covid-19

Katalin Karikó e Drew Weissman realizaram pesquisas responsáveis por auxiliar a desenvolver vacinas de RNA mensageiro.

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O Nobel de medicina premiou, nesta segunda (2), os cientistas Katalin Karikó (Hungria) e Drew Weissman (EUA) pelas descobertas que ajudaram a desenvolver a vacina RNA mensageiro contra o vírus da Covid-19.

Segundo o comitê do Nobel, as descobertas dos cientistas mudaram fundamentalmente a compreensão de “como o mRNA interage com o sistema imunológico”, permitindo que fossem criadas um número sem precedentes de vacinas “durante uma das maiores ameaças à saúde humana nos tempos modernos”.

A técnica descoberta pelos premiados é usada nas vacinas Pfizer/BioNTech e da Moderna. Os testes clínicos da técnica utilizada pelos cientistas, no entanto, começaram no início dos anos 2000 e a comunidade científica acreditava que apenas em 2025 as agências regulatórias aprovariam a comercialização.

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A vacina é feita a partir de um agente sintético de mRNA, correspondente a uma determinada proteína do agente infeccioso (Sars-CoV-2) ao invés do agente em si. Isso faz com que as células produzam proteínas específicas para combater a doença.

Com a covid-19, o mRNA usado é um trecho de RNA responsável por dar a receita para que as células produzam exatamente a proteína spike do Sars-CoV-2, usada para entrar nas células do corpo. O mRNA está dentro de um lipídio cuja função é entrar nas células para que elas produzam sua própria proteína spike. …

As células então fazem o processamento desta proteína e a apresentam para os linfócitos T. Estes linfócitos T, presentes no sistema imunológico, são responsáveis por combater o vírus sempre que entrarem em contato com ele.

Bioquímica, Katalin Karikó, 68 anos, foi vice-presidente sênior e chefe de substituição de proteínas de RNA na BioNTech até 2022, Atualmente, a húngara trabalha como consultora da empresa. Ela também é professora da Universidade de Szeged, na Hungria, e professora adjunta da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia.

Weissman, 64 anos, também atua na Universidade da Pensilvânia e estudou imunologia e microbiologia durante a sua formação.

Katalin Kariko e Drew Weissman vão dividir o prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 5 milhões), além de receber diplomas e medalhas de ouro de 18 quilates.

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