Conflito em Gaza já matou duas vezes mais palestinos do que israelenses

Até a manhã desta terça-feira (17), os ataques do grupo paramilitar Hamas e do Estado de Israel já haviam deixado 4.265 mortos, conforme a Al Jazeera

O conflito mais mortal na história da Faixa de Gaza, no Oriente Médio, completou dez dias. Até a manhã desta terça-feira (17), os ataques do grupo paramilitar Hamas e do Estado de Israel já haviam deixado 4.265 mortos, conforme a Al Jazeera. O número de perdas entre os palestinos (2.808 em Gaza e 57 na Cisjordânia) já é duas vezes maior do que o total de vítimas israelenses (1.400).

Essa contabilidade não leva em conta os palestinos mortos no bombardeio israelense ao hospital Ahli Arab, em Gaza, nesta terça. O Ministério da Saúde palestino, administrado pelo Hamas, anunciou que pelo menos 200 pessoas morreram no atentado. Segundo a agência de notícias Associated Press, o número de mortes pode chegar a 50. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto pelo pelas perdas neste que foi o pior ataque aéreo de Israel à região desde 2008.

Já há mais mortos e feridos em decorrência dos ataques atuais do que no conflito de 2014, que durou 50 dias e deixou 2.251 palestinos mortos. Mesmo em Israel, não se via um momento tão mortífero desde a Guerra do Yom Kippur, em 1973, com seu saldo de mais de 2.600 israelenses mortos.

No caso de Gaza, com tantas vítimas em tão curto período, o governo controlado pelo Hamas autorizou o enterro dos corpos não identificados em valas comuns. “Como dezenas de outros mártires estavam chegando – entre crianças, bebês, mulheres, homens, idosos –, tínhamos de cumprir nosso dever moral e legítimo para com esses mártires, enterrando-os. Preparamos uma vala comum na sepultura de emergência para enterrar aqueles que não foram identificados”, afirmou Salama Marouf, chefe do gabinete de comunicação social do governo.

O total de feridos também é extenso: são 10.859 na Faixa de Gaza, 1.200 na Cisjordânia e 3.400 em Israel, totalizando 15.459 pessoas – isso antes do bombardeio ao hospital nesta terça.

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