Ministério de Ciência e Tecnologia fez em 2023 mais do que em 4 anos de Bolsonaro

A afirmação foi feita pela ministra Luciana Santos. No programa Conversa com o Presidente, ela falou, ainda, de parcerias recém-fechadas que vão alavancar a área no Brasil

Lula e Luciana no Conversa com o Presidente. Foto: Ricardo Stuckert

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou, nesta terça-feira (5), durante o programa Conversa com o Presidente, sobre algumas das realizações da pasta neste primeiro ano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, após o desmonte promovido por Jair Bolsonaro. Ela declarou que “hoje, nós já executamos, no fim do ano, mais recursos para Ciência e Tecnologia do que os quatro anos do governo anterior”.

O programa desta semana inovou em relação aos anteriores. Além de ter sido feito a partir de Berlim, na Alemanha, onde estão o presidente e sua comitiva, Lula assumiu o papel de entrevistador e chamou alguns dos ministros que o acompanharam neste último giro internacional do ano para falar sobre suas áreas de atuação e sobre acordos fechados nas mais recentes visitas. 

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Ao chamar Luciana Santos, Lula lembrou: “ela encontrou o ministério quebrado. A ciência e a tecnologia eram esquecidas neste país”. Luciana destacou como uma das principais ações para a retomada da pasta a decisão política do presidente e a recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT). 

Durante sua participação, Luciana apontou que o governo Bolsonaro cortou recursos do FNDTC e estabeleceu um contigenciamento que se estenderia até 2026. “No início do ano, o senhor, presidente Lula, deixou cair a medida provisória e mandou um PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional) abrindo crédito suplementar e colocando R$ 10 bilhões para financiar a área”.

Novas parcerias

Sobre parcerias recém-fechadas, a ministra salientou que com o resgate do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre (RS) — fábrica de semicondutores (chips) que foi liquidada pelo governo anterior — será possível avançar neste que é um dos principais segmentos do mercado na atualidade. 

Com esse objetivo, no final de novembro, Luciana esteve no Vietnã para a assinatura de um acordo na área. “Vamos fazer parceria com os vietnamitas para eles nos ajudarem a desenvolver e fazer semicondutores no Brasil. O chip, que são circuitos integrados, é muito usado — desde o smartphone à rastreabilidade da pecuária — e está presente em todas as cadeiras produtivas”, explicou.

Ela acrescentou que “o Brasil não pode ficar de fora disso” e que será buscado “um nicho específico do mercado, os setores automotivo e energético, que vão precisar dos chips para a transição energética”. 

Outro ponto abordado pela ministra diz respeito à formação para este novo momento da ciência, da tecnologia e da inovação no país. “A nossa juventude precisa aprender programação. Há cerca de 100 mil vagas para programadores e com os recursos do FNDCT e da Lei da Informática, nós vamos capacitar os jovens para que eles possam ter renda e emprego de qualidade por meio de um forte programa e para isso usaremos a experiência vietnamita”. 

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Luciana também tratou de anúncio feito em conjunto com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, de editais no valor de R$ 20 bilhões para a transição energética. “Não existe enfrentamento do aquecimento global sem ciência e tecnologia. A matriz energética do Brasil é reconhecida por ser renovável e limpa. E isso foi o que eu também vim fazer aqui em Berlim. Junto com a ministra Bettina Cadenbach, da Ciência e Tecnologia da Alemanha, vamos fazer um programa de transição energética”, afirmou.  

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Em outra frente de atuação, a ministra falou sobre a cooperação para a construção do NB4, laboratório de segurança máxima que será implantado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP). “Não posso deixar de falar do laboratório de biossegurança máxima, que estará conectado ao Sirius, fonte de luz síncronton, nosso acelerador de partículas. Assim poderemos manipular microrganismos e vírus com segurança máxima”.

Ao concluir sua fala, Luciana pontuou que hoje a ciência, a tecnologia e a inovação estão a serviço do Brasil, “para salvar vidas, atender a emergência climática e contribuir para a geração de emprego e renda”.