Cid diz que ordem para fraudar cartão de vacinas veio de Bolsonaro

Afirmação consta em delação premiada e contradiz versão do ex-presidente, que disse desconhecer esquema de adulteração dos dados nos site do Ministério da Saúde

Mauro Cid depõe a CPI. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Como era de se imaginar, a ordem para a falsificação dos cartões de vacinação de Jair Bolsonaro e de sua filha partiu do próprio ex-presidente. A afirmação foi feita pelo ex-ajudante-de-ordens Mauro Cid em seu acordo de delação premiada, segundo o portal UOL.

A versão contraria o ex-presidente, que jogou a responsabilidade sobre o subordinado. À Polícia Federal, Bolsonaro negou ter conhecimento do esquema para a adulteração de seu próprio certificado de imunização.

Segundo noticiado, Cid admitiu ter cometido a fraude no sistema do Ministério da Saúde para que Bolsonaro e sua filha constassem como tendo sido imunizados, o que teria sido pedido pelo ex-presidente. A PF busca, agora, elementos que comprovem o que foi dito por Mauro Cid.

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Ainda segundo o depoimento do ex-ajudante-de-ordens à PF, após as alterações terem sido feitas por funcionários da prefeitura de Duque de Caxias (RJ), em dezembro, os comprovantes foram impressos e entregues a Bolsonaro em mãos. O objetivo da adulteração seria, conforme as investigações, evitar problemas durante a viagem aos Estados Unidos feita no final do ano, dias antes de Bolsonaro deixar a Presidência da República. 

A partir da suspeita de fraude no certificado de vacinação, a PF deflagrou a Operação Venire, em maio. O estopim foi a descoberta de diálogos no celular de Cid, nos quais ele pedia a contatos seus a inclusão dos dados falsos. Ele chegou a ficar preso preventivamente de maio a setembro e foi solto após seu acordo de delação premiada ser homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Com agências

(PL)

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