Argentina: nova pesquisa mostra Massa à frente de Milei

Candidato peronista lidera a disputa com 42%. Seu rival ultradireitista tem 34%. Há também 18% de indecisos – índice considerado muito elevado –, além de 6% que dizem não votar em nenhum dos presidenciáveis.

O candidato a presidente da Argentina Sergio Massa

Às voltas com uma crise de credibilidade, as pesquisas eleitorais voltam aos holofotes na Argentina e tentam captar as intenções de voto para o segundo turno das eleições presidenciais. Nesta quinta-feira (26), levantamento da agência Analogias mostrou que o candidato peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, lidera a disputa com 42%.

Seu rival, o ultradireitista Javier Milei, tem 34%. Há também 18% de indecisos – índice considerado muito elevado –, além de 6% que dizem não votar em nenhum dos presidenciáveis. A Analogias ouviu quase 2 mil eleitores argentinos entre 23 e 25 de outubro.

Os números diferem da sondagem feita pela CB Consultoria e divulgada um dia antes pelo jornal Clarín. Conforme a pesquisa CB, há um empate técnico entre os dois presidenciáveis – Milei soma 41,6%, e Massa, 40,4%. A discrepância entre pesquisas foi uma das marcas do primeiro turno, realizado no último domingo (22). Apenas um instituto previu o cenário que emergiu das urnas.

A votação terminou com Massa na liderança. Ele foi o escolhido de 9,6 milhões de eleitores (36,68% dos votos válidos), enquanto Milei teve 7,8 milhões de votos (29,98%). Agora, eles disputam sobretudo os 23,8% de votos conquistados pela direitista Patricia Bullrich – um universo de 6,2 milhões de eleitores. Bullrich declarou apoio a Milei, mas a decisão contrariou partidos de sua coligação, a Juntos pela Mundaça.

Na quarta-feira (25), nove governadores (atuais ou eleitos) que apoiaram Bullrich declararam neutralidade e criticaram a plataforma eleitoral de Milei. “Não vamos contribuir para uma maior fragmentação do rendimento do nosso povo, forçando a dolarização sem dólares”, afirmaram os políticos, em comunicado conjunto.

Para vencer a disputa, Massa se inspira nas eleições brasileiras de 2022, na qual uma frente ampla e democrática em torno da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impediu a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu primeiro discurso após a votação de domingo, o peronista se comprometeu a liderar “um governo de unidade nacional” e resgatar o orgulho argentino: “Esse não é um país de merda, como se têm dito – mas um grande país”, declarou, citando um dos impropérios de Milei.

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