Câmara pagou R$ 12,9 mil para bolsonaristas fazerem campanha na Argentina

Em missão oficial, Eduardo Bolsonaro, Marcel Van Hattem e Rodrigo Valadares fizeram campanha para o candidato da extrema direita à presidência da Argentina, Javier Milei

Milei recebeu apoio de parlamentares bolsonaristas (Foto: Reprodução/X)

A Câmara dos Deputados desembolsou R$ 12,9 mil com passagens e hospedagens para os deputados bolsonaritas Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) fazerem campanha para o candidato da extrema direita à presidência da Argentina, Javier Milei.

Os parlamentares viajaram em missão oficial no primeiro turno das eleições presidenciais do país vizinho. Contudo, não teve interesse público envolvendo a viagem que se resumiu numa campanha para o candidato da extrema direita com dinheiro do povo brasileiro.

Na disputa, cujo segundo turno será decidido no domingo (19), Milei propagou fake news acusando o adversário Sergio Massa de receber dinheiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sua campanha, mas é ele quem de fato recebeu dinheiro dos brasileiros.

E o pior: recurso público gastos para produzir vexame. Ao defender liberação de armas num canal de tevê, o filho 02 do ex-presidente inelegível teve, ao vivo, sua participação interrompida.

Leia mais: Aproximação de Bolsonaro tira votos de Milei na Argentina

“É muito generosa a Argentina e os argentinos para receber esse tipo de gente. Por isso que os brasileiros, com lógica, tiraram o seu pai do poder, felizmente”, afirmou o jornalista.

Aliás, a viajem não resultou em resultado prático. O único instituto de pesquisa que previu a vitória do peronista Massa considerou que Milei deixou de receber votos por causa do apoio do ex-presidente Bolsonaro.

“A minha avaliação é que o apoio de Bolsonaro tira votos. Vamos adicionar essa pergunta na próxima pesquisa para testar a imagem do ex-presidente na Argentina”, disse o diretor-executivo da Atlas Intel, Andrei Roman.

De acordo com O Globo, Eduardo viajou na manhã do dia 22 de outubro e chegou a Buenos Aires ao meio dia, quando as urnas já estavam abertas na cidade. A ida, de classe econômica premium, custou R$ 1,7 mil. O retorno à Brasília ocorreu no dia seguinte, na segunda-feira, por R$2,5 mil.

“Marcel Van Ratten também recebeu reembolsos de passagem por parte da Casa Legislativa. Ao contrário de Eduardo, no entanto, ele chegou em Buenos Aires ainda no sábado. A ida e volta, em voos comerciais da Aerolíneas Argentina, custou R$ 4,2 mil. Em relação a Rodrigo Valadares, que não prestou conta de como se locomoveu, gastou dinheiro público hospedado quatro noites no hotel Hilton, localizado no Puerto Madeiro”, diz o jornal.

Autor