Morre aos 96 anos, a bailarina e ativista Joan Jara, viúva de Victor Jara
Desde o assassinato de Victor Jara, há 50 anos, a britânica-chilena se tornou uma incansável ativista da justiça e dos direitos humanos
Publicado 14/11/2023 10:11 | Editado 14/11/2023 10:21
A ativista dos direitos humanos Joan Jara, viúva do cantor e compositor chileno Victor Jara, faleceu neste domingo (12) aos 96 anos de idade.
Bailarina e coreógrafa, a britânica Joan Turner sobreviveu a ditadura de Augusto Pinochet durante o século passado, mas viu seu marido ser assassinado pela repressão chilena logo após o golpe de 11 de setembro de 1973.
Obteve em 2009 a nacionalidade chilena é reconhecida por seu apoio ao desenvolvimento da dança no país.
O anúncio foi feito através da Fundação Victor Jara. “Lamentamos informar que nossa querida e amada Joan Jara, aos 96 anos, faleceu hoje, 12 de novembro, às 17H30”, informou a organização.
Após a detenção, tortura e assassinato de cantor, compositor no Estádio do Chile, hoje Estádio Victor Jara, a artista partiu para o exílio no Reino Unido ao lado das duas filhas e retornou ao Chile em meados da década de 1980.
Desde então, Joan se tornou uma incansável ativista da justiça e dos direitos humanos. Chegou a ser reconhecida pela Academia Chilena de Belas Artes por seu apoio ao desenvolvimento da dança ao longo de sua trajetória, e em 2021 foi condecorado com o Prêmio Nacional de Artes da Representação e Audiovisual do Chile.
Joan fundou o Ballet Popular junto com um grupo de bailarinas profissionais do Ballet Nacional Chileno, auxiliando na divulgação e propagação da dança nas populações rurais do país. Ao mesmo tempo, criou na Universidade do Chile a carreira de Professores de Dança Infantil e, em 1986, fundou o Grupo de Dança da Universidade de Concepción.
Em 1993, criou a Fundação Víctor Jara, com o objetivo de financiar e promover o legado do artista.