Especialistas debatem políticas públicas para ampliar acesso à internet

Durante seminário na Câmara dos Deputados, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, elencou as iniciativas da pasta para expandir a conectividade e promover a inclusão digital.

Ministra Luciana Santos na abertura do seminário. Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

Parlamentares conduziram, nesta terça-feira (21), o seminário “Conectividade Universal e Significativa: O Poder do Digital Transformando o Brasil” no auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados.

Especialistas participaram do evento e indicaram caminhos para ampliar a inclusão digital no Brasil. Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos disse que é prioridade do Ministério ampliar a conectividade e promover a capacitação digital da população brasileira.

“A inclusão digital é uma política pública estruturante para o projeto nacional de desenvolvimento. Não se pode pensar em enfrentar a desigualdade na era digital sem garantir conexão para o aprendizado e a capacitação de milhares de brasileiros”, reforçou a ministra.

Entre as principais iniciativas do MCTI, Luciana Santos destacou o programa Conecta e Capacita, que vai investir R$ 466 milhões até 2026 na implantação de infraestrutura óptica para expandir o acesso e a qualidade da internet nas atividades de educação e pesquisa. Ao todo, serão implantadas 18 infovias, somando mais de 40 mil quilômetros de fibra óptica por todo o território nacional. O programa vai beneficiar 1.328 universidades e outras instituições de ensino e pesquisa.

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“Também estamos propondo um pacto nacional pelo letramento e a capacitação digital da população brasileira. Quanto mais conhecimento, mais oportunidades, mais emprego e mais renda para as pessoas”, disse a ministra.

Segundo ela, a projeção é de que até 2025 o Brasil terá um déficit de 530 mil profissionais para atuar no setor de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). Para ajudar a superar esse déficit, a ministra citou outros projetos do MCTI: Letramento Digital, que atualmente atende 6 mil estudantes; Hackers do Bem, voltado para a área de segurança cibernética; e o Residência em TIC, com investimentos de R$ 400 milhões para formar jovens na graduação ou já graduados para atender as demandas da indústria.

Desafios da universalização

Um dos temas discutidos foram as parcerias e possibilidades para financiar a infraestrutura e criar um ambiente pró-universalização. Para a coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil, Renata Mielli, as pessoas precisam ser preparadas para poderem aproveitar todos os benefícios da internet.

“Ainda temos gargalos importantes de acesso à internet, de infraestrutura de conexão. Mas não basta que as pessoas tenham dispositivos qualificados para usufruir os serviços da internet, se a velocidade de conexão não for adequada, se não houver literacia digital e capacitação da população para que ela possa aproveitar todas as potencialidades que a internet oferece hoje, seja para o desenvolvimento econômico, cultural e social”, afirmou Renata.

Renata Mielli durante mesa de debates . Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

O seminário foi uma proposta conjunta das comissões de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI), de Comunicação (CCOM) e de Educação (CE) da Câmara dos Deputados.

Autora da iniciativa, a presidente da CCTI, deputada Luisa Canziani (PSD-PR), ressaltou que o seminário representa uma oportunidade para discutir a inclusão digital e propor políticas públicas que façam cumprir a Constituição e assegurar direitos. “Não é mais possível interagir e participar da realidade global sem estar conectado à rede. É preciso buscar soluções para fazer com que cada cidadão brasileiro tenha acesso a uma rede segura, estável e rápida”, declarou.

*Com informações da Ascom do MCTI.