Balanço do 1º ano: ministra destaca reindustrialização e inovação

Ministra de CT&I, Luciana Santos, destaca a posição do governo Lula em considerar a ciência, tecnologia e inovação como pilares fundamentais para o desenvolvimento

A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e presidente do PCdoB, Luciana Santos, abordou temas cruciais para o desenvolvimento do país, com foco na reindustrialização e na inovação tecnológica. Sua conferência ocorreu durante o Seminário Primeiro Ano do Governo Lula: Balanço da Reconstrução Nacional e Perspectivas, realizado pela Fundação Maurício Grabois, em São Paulo.

Leia mais do Seminário Balanço do Primeiro ano do Governo Lula:

Balanço do 1º ano: ministra destaca reindustrialização e inovação

Guerra cultural prossegue como desafio do 1º ano de governo Lula

Deputado analisa desafio de garantir base de apoio no 1º ano de governo Lula

Lula mostra política externa ousada e desafiadora no 1º ano

Retomada do desenvolvimento no Governo Lula confronta consenso fiscalista

Mobilização social impulsiona Lula a realizar o programa eleito

Luciana destacou a posição do governo Lula em considerar a ciência, tecnologia e inovação como pilares fundamentais para o desenvolvimento do Brasil. A ministra ressaltou a visão do presidente de que o futuro do país está intrinsecamente ligado ao avanço científico e tecnológico. Nesse contexto, a reindustrialização do Brasil surge como um elemento-chave para a construção de uma nação mais forte e competitiva.

A conferencista salientou a sintonia entre a abordagem do governo Lula e as pautas históricas do PCdoB, seu partido, enfatizando que a reconstrução do Brasil passa pela implementação de uma nova industrialização contemporânea, sustentável, e focada em inovação tecnológica e inclusão social.

A presença do vice-presidente Geraldo Alckmin à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) foi citada como indicativo do peso que a pauta da reindustrialização ganhou no governo. A ministra compartilhou dados destacados pelo vice-presidente, como o impacto significativo na economia, onde cada real produzido pelo setor industrial resulta em um ganho de aproximadamente R$ 12,43.

A crise econômica gerada pela pandemia da Covid-19 evidenciou a importância do investimento em ciência e tecnologia como estratégia fundamental para enfrentar desafios, principalmente na área da saúde pública. A ministra observou que muitos países intensificaram seus investimentos em pesquisa, buscando soluções para novos desafios e promovendo crescimento econômico baseado em maior competitividade e produtividade.

Luciana alertou para a fragilidade das cadeias globais de produção evidenciada pela pandemia e pelas recentes tensões na Europa, ressaltando a necessidade de reduzir a dependência do Brasil e garantir sua inserção soberana nas áreas mais dinâmicas da economia global.

A ministra apresentou as missões do recém-reativado Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, destacando seis temas-chave, como cadeias agroindustriais sustentáveis, complexo econômico da saúde, infraestrutura sustentável, transformação digital da indústria, economia verde, e tecnologias para soberania e defesa nacional.

Um dos pontos centrais da política de reindustrialização é o programa Mais Inovação Brasil, lançado em conjunto pelos MCTI e MDIC, com apoio da FINEP e BNDES. A iniciativa destina cerca de R$ 106 bilhões para apoiar projetos de inovação, sendo R$ 41 bilhões provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), recentemente recomposto pelo presidente Lula.

A ministra enfatizou a importância de transformar o conhecimento em equilíbrio, promovendo a integração entre empresas e universidades. Ela destacou a necessidade de superar o desafio brasileiro de alta produção científica com baixa inovação, ressaltando o papel fundamental do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação nesse processo.

Luciana Santos também mencionou investimentos significativos na área de defesa, anunciando R$ 238 milhões destinados a projetos de inovação nesse setor. A ministra enfatizou que o fortalecimento da base industrial de defesa contribui não apenas para a segurança nacional, mas também para a geração de empregos qualificados e o aumento das exportações de produtos de alto valor agregado.

No âmbito do programa Brasil Mais Produtivo, Luciana informou sobre um investimento de R$ 2 bilhões, sendo R$ 200 milhões provenientes do MCTI. Esses recursos serão direcionados para impulsionar a produtividade e competitividade de micro, pequenas e médias empresas, com foco na transformação digital.

A estratégia nacional para o Complexo Econômico do Estado de Saúde foi destacada como uma resposta à vulnerabilidade evidenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia. Luciana anunciou investimentos de R$ 42 bilhões nesse setor até 2026, visando fortalecer a produção de insumos e garantir maior autonomia na área da saúde.

A ministra ressaltou a importância da recomposição integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para impulsionar projetos estruturantes e modernizar a infraestrutura de pesquisa no Brasil. Ela destacou a redução de juros para financiamentos pela FINEP como um avanço fundamental para o setor de pesquisa e inovação.

Além disso, Luciana compartilhou a publicação de uma portaria que estabelece diretrizes para a construção de uma nova estratégia de ciência, tecnologia e inovação no país, com foco em quatro eixos estruturantes: recuperação e consolidação do sistema nacional de CT&I, apoio à inovação nas empresas, desenvolvimento de projetos estratégicos nacionais e promoção da ciência para o desenvolvimento social.

A ministra elencou os programas estruturantes financiados pelo FNDCT, como reparação e expansão da infraestrutura de pesquisa, inovação para industrialização sustentável, suporte à transformação digital, desenvolvimento sustentável na região amazônica, repatriação de talentos, apoio a políticas públicas baseadas em conhecimento científico, preservação de acervos científicos e projetos estratégicos nacionais.

No encerramento de sua participação, Luciana enfatizou a urgência das mudanças climáticas, destacando a posição do Brasil como protagonista na transição energética global. Ela ressaltou o papel do MCTI no desenvolvimento de tecnologias limpas e renováveis, indicando a visão do governo Lula em posicionar o país como líder na economia verde.

O Seminário Primeiro Ano do Governo Lula continuará até este sábado (2), abordando outros aspectos relevantes da gestão e as perspectivas para o futuro do Brasil sob a liderança do presidente Lula.

Leia a íntegra do discurso da ministra Luciana Santos no Seminário

Autor