Tentativa de boicote impulsiona estreia de “Ó Paí, Ó 2”

Perfis bolsonaristas pediram boicote após Lázaro Ramos apoiar Lula divulgaram ainda mais o longa, resultando em salas esgotadas na pré-estreia do filme

Lázaro Ramos interpretando Roque em "Ó Paí, Ó 2 | Foto: Divulgação

O filme “Ó Paí, Ó 2”, protagonizado por Lázaro Ramos e dirigido por Viviane Ferreira, tornou-se alvo de uma controversa tentativa de boicote por parte de bolsonaristas. O motivo para a resistência é o apoio explícito do ator à campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.

A hashtag #BoicoteLazaroRamos começou a circular nas redes sociais, instigando apoiadores de Bolsonaro a não assistirem a filmes com a participação do ator. Em resposta, Lázaro Ramos destacou que o filme não é sobre ele, mas sim sobre o Bando de Teatro Olodum, um grupo com 34 anos de atividade e uma das companhias de teatro mais duradouras da América Latina.

“Este filme não é e nunca foi sobre mim. É uma obra sobre o Bando de Teatro Olodum. Eles são os donos desse filme, um projeto de trabalho que existe há 34 anos. É um dos grupos com maior longevidade da América Latina, e é nosso, é brasileiro. É um motivo para nos orgulhamos de estar entregando um filme tão bacana para o público”, disse em entrevista ao UolSplash.

Mas, para o azar de muitos, a tentativa de boicote parece ter tido um efeito contrário, contribuindo ainda mais na divulgação do filme que estreia nesta quinta-feira (23). Nas redes sociais, Lázaro Ramos anunciou que, deviso a alta demanda, “Ó Paí, Ó 2” ganhou mais salas para a pré-estreia, que aconteceu nesta quarta (22) em Salvador, com ingressos esgotados em tempo recorde.

“A princípio, seriam cinco salas reservadas para os convidados da pré-estreia de ‘Ó Paí, ó 2’. A pedidos do público, abriu-se uma sessão paga às 18:30. Ingressos esgotados em meia hora. Abriu-se mais uma sessão às 14h da tarde, ingressos esgotados em 15 minutos. No final das contas, uma linda pré-estreia de ‘Ó paí, ó 2′”, escreveu Lázaro no Twitter.

Sobre o filme

Em relação ao filme, que marca o retorno de Lázaro ao Pelourinho no papel do cantor Roque, o ator destacou que, apesar da hesitação inicial de participar da sequência, o novo roteiro aborda questões contemporâneas, como o uso da tecnologia, a paternidade de Roque e as aspirações do personagem como compositor e artista.

“Eu não ia fazer o ‘Ó Paí, Ó 2’. Achei que o Roque [personagem] estava só debatendo questões ligadas a vida de artista, e decidi que faria apenas uma participação em uma cena. Aí veio a pandemia, o grupo pausou, e perceberam que o roteiro anterior estava antigo. Começou uma nova discussão, falando do uso da tecnologia, do Roque como pai, questões ligadas à qual tipo de compositor e artista o personagem gostaria de ser, e eu embarquei de novo”, explicou o ator.

O ator enfatizou a singularidade da continuação após 15 anos, comparando-a a uma “primeira vez”, pois o filme traz uma série de elementos novos. Ele também antecipa que o longa terá cenas com potencial de viralizar nas redes sociais, algo característico do estilo e das improvisações presentes nas filmagens.

“É um filme feito com as linguagens das ruas da Bahia. É algo natural que aparece. O mais legal é que essas falas não são plantadas. Várias das cenas são feitas de improviso no set, e é por isso que vira esse meme todo”, ressaltou Lázaro Ramos, enfatizando a autenticidade do filme.

“Ó Paí, Ó 2” chega aos cinemas nesta quinta (23) com a expectativa de conquistar o público com seu humor característico e a riqueza das expressões culturais da Bahia.

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com agências

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