Lula convoca empresários sauditas a investirem no Brasil

Comércio entre Brasil e Arábia Saudita pode ir a US$ 20 bilhões até 2030. Lula esteve em mesa com empresários e do Seminário Embraer, em que foram assinados acordos de cooperação

Foto: Ricardo Stuckert

A comitiva brasileira na Arábia Saudita participou nesta quarta-feira (29) da Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita com empresários dos países e do Seminário Embraer, em que três memorandos de cooperação foram assinados.

Mas a passagem da missão nacional começou na terça (28), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve com o Príncipe Herdeiro e Primeiro-Ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.

No centro do debate um investimento de US$10 bilhões que o Fundo Soberano irá aplicar no Brasil. De acordo com o governo, US$ 9 bilhões serão investidos nos próximos sete anos e a fonte dos recursos mira programas de energia limpa, infraestrutura, ciência e tecnologia, defesa e agropecuária. O governo tenta atrair os sauditas para realizarem investimentos dentro do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

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Atualmente as transações comerciais entre os países somam US$ 8 bilhões, mas Lula e Mohammed bin Salman projetam que este valor alcance a marca de US$ 20 bilhões até 2030.

O primeiro-ministro saudita exaltou a importância estratégica do Brasil na presidência do G-20 e a entrada de seu país nos BRICS, com potencial para incrementar os recursos do NDB, o banco do bloco.

Ao final do dia 29, a comitiva brasileira vai ao Catar para agenda bilaterais e depois segue para a COP 28, nos Emirados Árabes Unidos.

Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita

Lula participou da sessão de encerramento da Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita nesta quarta. Na sua fala aos empresários o presidente falou da importância das relações bilaterais para o Brasil, em desenvolvimento conjunto com outros países, e, novamente, indicou a meta de um trilhão de dólares para a balança comercial brasileira, assim como fez no Fórum Brasil de Investimentos, em 8 de novembro.

“Aos nossos ministros e empresários que estão aqui: a gente pode sonhar, em 2030, ter uma balança comercial de um trilhão de dólares. Quem pode dizer que não é verdade? Somos nós, de acordo com a nossa capacidade de trabalho”, planeja Lula.

O líder brasileiro ainda destacou o compromisso com energias renováveis ao dizer que espera que daqui dez anos o Brasil seja chamado de “Arábia Saudita da energia verde, da energia renovável”, em referência ao parceiro que é expoente no mercado de petróleo e gás.

Segundo o presidente, que fez um chamado para os empresários sauditas participarem como sócios dessa revolução energética almejada, o Brasil tem 90% da energia elétrica de fontes renováveis e tem potencial para desenvolver outras matrizes energéticas limpas – um desejo de todo o mundo.

Embraer

A missão brasileira permitiu que três acordos de cooperação entre Embraer e empresas sauditas fossem firmados também nesta quarta. Por meio desses acordos as oportunidades de investimento públicos e privados aumentam, com crescimento das exportações brasileiras.

Os três acordos dizem respeito a:

– aviação civil: memorando de entendimento de Cooperação e Parcerias com o Governo saudita (Ministério de Investimento da Arábia Saudita e o GACA – Autoridade Aeronáutica saudita);

– defesa e segurança: memorando de entendimento com a SAMI – empresa saudita de Defesa e

– mobilidade aérea urbana: memorando de entendimento da EVE, o “carro voador”, com a FlyNas, sobre operações de taxi aéreo naquele país.

*Com informações Planalto