Promotoria pede quatros anos de prisão por crime de ódio contra Vini Jr.

Em episódio ocorrido em janeiro, torcedores do Atlético de Madrid penduraram um boneco com a camisa do atacante, simulando enforcamento

Foto: Reprodução

A promotoria espanhola pediu quatro anos de prisão aos quatro torcedores do Atlético de Madrid por crime de ódio cometido contra Vinicius Junior em janeiro deste ano. A data do julgamento ainda não foi marcada pela Justiça da Espanha.

Em janeiro, os acusados simularam o enforcamento do brasileiro ao pendurarem um manequim com a camisa do Real Madrid com a numeração do atacante. A ação dos torcedores ainda expôs uma faixa escrita “Madrid odeia o Real”.

Em comunicado do Ministério Público, as quatro pessoas foram acusadas por ameaças contra Vinicius Junior e por violarem direitos fundamentais, em “sinal inequívoco de desprezo e repúdio à cor da pele da vítima e uma tentativa de minar sua paz de espírito”.

A promotoria madrilenha indicou ter pedido “quatro anos de prisão” contra os torcedores, “todos membros do grupo ultra Frente Atlético (identificado ideologicamente com a extrema direita), por pendurarem um boneco inflável com a camisa do jogador do Real Madrid, Vinicius Junior”.

Os acusados se recusaram a testemunhar quando foram presos em maio, mas foram libertados após pagamento de fiança. Eles foram proibidos de se aproximarem ou de se comunicarem com o atacante do Real Madrid, e também foram impedidos de irem a jogos nos estádios dos dois clubes.

O promotor também solicitou uma indenização conjunta de 6 mil euros (cerca de R$ 32 mil) por responsabilidade civil pelos danos morais causados ao jogador de futebol.

A acusação afirma que, na madrugada de 25 para 26 de janeiro de 2023, os quatro integrantes da Frente Atlético, “posicionados de comum acordo” e coincidindo com a celebração do jogo da Copa del Rey, que seria disputado no Estádio Santiago Bernabéu, dirigiram-se a uma ponte da M-11 perto da cidade desportiva madrilena, “um local que também tem ampla visibilidade para todos as pessoas que utilizariam essa via”.

Chegando lá, os quatro acusados, “em sinal inequívoco de desprezo e rejeição pela cor da pele da vítima e motivados pelo desejo de minar o seu sentimento de tranquilidade”, penduraram numa corda um manequim insuflável com cerca de 165 centímetros de altura, com pele e cabelos negros.

Além disso, penduraram uma faixa de tecido vermelho com letras suaves com o lema “Madrid odeia o Real”, com 12,90 metros de comprimento e 1,70 metros de largura.

Pouco depois, um deles, “como reivindicação e justificativa da ação”, publicou através da conta que administrava na rede social X (antigo Twitter), uma primeira fotografia da ponte onde estava o banner e o boneco pendurado.

A mensagem viralizou devido à publicidade conseguida nas redes sociais “e os meios de comunicação tradicionais passaram a repercutir a notícia, aumentando assim a lesão ao bem jurídico protegido que consiste na dignidade da pessoa, neste caso tanto da vítima Vinicius, como bem como o grupo que representa”, acrescenta a carta.

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