Câmara dos EUA autoriza inquérito de impeachment de Biden

Aprovação ocorre mesmo sem evidências de fraude e com foco na desestabilização do governo para influenciar na corrida eleitoral de 2024. Entenda o efeito prático

Foto: Gage Skidmore

A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou, nesta quarta (13), a formalização da abertura do processo de impeachment do presidente Joe Biden. Apesar da aparência ineficaz, o início de uma investigação formal é mais uma derrota do democrata nas últimas semanas.

O inquérito de impeachment havia sido lançado em setembro, pelo então presidente da Casa, o republicano Kevin McCarthy. Os deputados aprovaram a medida com 221 votos a favor e 212 contra.

A Casa dos Representantes tem maioria republicana, diferente do Senado, que possui 51 assentos democratas e 49 republicanos. Mesmo que a Câmara vote a favor do impeachment do presidente, o Senado terá então de votar para condená-lo pelas acusações por uma votação de dois terços, o que afasta qualquer risco mais preeminente para administração Biden.

Desde setembro, três comitês da Câmara lideram investigações para averiguar casos de corrupção ligados a Joe Biden, mas ainda não encontraram nenhuma irregularidade. Como a medida não havia passado em plenário, o governo vinha se negando a colaborar com as investigações.

Os inquéritos apuram se Biden tem envolvimento com os negócios suspeitos do filho, Hunter, com empresas estrangeiras. A suspeita é que Hunter teria usado o nome do pai enquanto ele era vice-presidente, com sua anuência, para obter vantagens financeiras.

Segundo os trompistas, Biden e a sua família teriam lucrado com as suas ações enquanto vice do presidente Barack Obama, de 2009 a 2017, e que se concentraram nos empreendimentos comerciais do seu filho na Ucrânia e na China.

A Casa Branca disse que o inquérito é infundado e tem motivação política, pois Biden está se preparando para disputar as eleições de 2024 com seu antecessor republicano, Donald Trump. Em um comunicado, repreendeu os republicanos da Câmara por não priorizarem os problemas dos EUA, mas se esforçarem para desestabilizá-lo.

“Os republicanos da Câmara não estão se juntando a mim. Em vez de fazer qualquer coisa para ajudar a melhorar a vida dos americanos, eles estão focados em me atacar com mentiras”, disse Biden.

Recentemente, o presidente Joe Biden vem sofrendo uma série de reveses que põe em xeque sua candidatura para a presidência em 2024. Nova pesquisa eleitoral divulgada no último sábado (9) revela que o ex-presidente Donald Trump tem a maioria das intenções de voto para a próxima corrida presidencial.

Numa escolha entre Trump e Biden, 47% dos eleitores registados nos EUA dizem apoiar Trump e 43% votariam em Biden, com 10% de indecisos.

Para analistas, o resultado é um sinal para a Casa Braca sobre a impopularidade da condução israelense, especialmente entre eleitores mais jovens. Três pesquisas divulgadas recentemente mostraram que eleitores desaprovam a maneira como Biden lidou com a guerra entre Israel e o Hamas.

Biden também vinha governando através de concessões orçamentárias do Congresso americano. Para evitar a paralisação da gestão, até o outubro, os parlamentares liberavam verbas a conta gotas.

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