Diretoria do Banco Central chega a quatro indicados pelo governo

Aprovados no Senado em dezembro, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira tomam posse no BC. Em agosto assumiram Galípolo e Aquino, quando iniciou ciclo de corte dos juros

Rodrigo Alves e Paulo Picchetti. Fonte: Agência Senado

O ano começa com mudanças na diretoria do Banco Central (BC). Com mandatos vencidos de dois diretores, os economistas Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira tomam posse nesta terça-feira (2). Assim, ambos já participam da primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece nos dias 30 e 31 de janeiro.

Indicados por Lula e aprovados pelo Senado, a expectativa é que auxiliem no debate para uma redução maior na taxa de juros (Selic).

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A dupla se soma aos economistas Gabriel Galípolo e Aílton de Aquino Santos, que tomaram posse em julho passado indicados pelo atual governo. Somente após a posse de Galípolo e Aquino que foi iniciado um novo ciclo de redução de juros em agosto passado, quando a taxa Selic foi de 13,75% ao ano para 13,25% – o primeiro corte nos juros em três anos.

O ano de 2023 fechou com a Selic em 11,75% a.a.

A posse dos novos diretores será feita nos próprios gabinetes. Os mandatos são de quatro anos, com possibilidade de renovação por igual período, conforme a Lei de Autonomia do BC.

Assuntos Internacionais e Riscos Corporativos

Paulo Picchetti assume a diretoria de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos (Direx) no lugar de Fernanda Guardado, que teve mandato encerrado em 31 de dezembro.

Picchetti é professor e pesquisador da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), com mestrado pela USP e doutorado pela Economics pela University of Illinois.

Administração

Rodrigo Alves Teixeira assume a Diretora de Administração (Dirad) do BC. Ele ocupa a vaga de Carolina de Assis Barros, remanejada para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta (Direc) no lugar de Maurício Moura, que teve o mandato vencido no último dia do ano.

Teixeira é funcionário de carreira do BC. Possui formação pela USP e é professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC).

Fim de mandato

Ao final de 2024, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, terá seu mandato encerrado. Alvo de pressão constante por uma redução mais acelerada no corte dos juros, Neto agora terá quatro indicados por Lula no Copom.

Também tem os mandatos encerrados na data Carolina de Assis Barros e o diretor de Regulação, Otávio Ribeiro Damaso.