Brics expande influência global com adesão de cinco novos membros

Com ingresso da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia, bloco passa a representar quase metade da população mundial, contribuindo com 36% do PIB global

Da esquerda para direita: o presidente do Brasil, Lula; o presidente da China, Xi Jinping; o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa; o primeiro Ministro da Índia, Narendra Modi e o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov durante a Cúpula do BRICS 2023 no Centro de Convenções Sandton, em Joanesburgo, África do Sul | Foto: Ricardo Stuckert

Em um movimento liderado pela China e apoiado pela Rússia, o bloco econômico Brics, composto originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ganha cinco novos membros em 2024.  Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia foram oficialmente convidados a integrar o grupo, elevando significativamente seu alcance e poderio.

A expansão foi anunciada ao final da 15ª cúpula de líderes do bloco, realizada em agosto de 2023, na África do Sul, e formalizada na Declaração de Joanesburgo, escolhendo esses países entre 20 candidaturas.

Com a adição dos novos membros, o Brics passa a representar aproximadamente metade da população mundial, contribuindo com 36% do Produto Interno Bruto global e controlando mais de 50% das reservas de hidrocarbonetos do planeta. Comparativamente, o G7, composto por Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Itália, Reino Unido e Canadá, representa apenas 9,8% da população e um terço da riqueza mundial. Ainda não foi decidido se o nome do bloco será alterado para refletir sua nova composição.

Embora a Argentina tenha sido convidada, o atual presidente, Javier Milei, recusou formalmente a adesão, destacando que “não se considera oportuna a incorporação da República Argentina aos Brics como membro pleno” divergindo da inclinação manifestada por seu antecessor, Alberto Fernández.

“Futuro da humanidade”

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em entrevista concedida ao jornalista espanhol Ignacio Ramonet, do jornal mexicano La Jornada, expressou otimismo em relação ao Brics, referindo-se ao grupo como o “futuro da humanidade”.

Na ocasião, Maduro destacou a importância do bloco como um catalisador para um mundo mais equilibrado e multipolar. Ele manifestou o desejo de ver a Venezuela se tornar membro permanente do Brics+, antevendo benefícios econômicos significativos para seu país, além de vantagens políticas, sociais e culturais ao se associar com as grandes civilizações que compõem o grupo.

“Apostamos no Brics como parte de um novo mundo, de um novo equilíbrio, como parte do conceito geopolítico bolivariano de um mundo de equilíbrio, um mundo de iguais. E também como parte do futuro da humanidade para o desenvolvimento dos investimentos dos Brics na Venezuela, para o desenvolvimento de grandes mercados para os produtos venezuelanos, para o desenvolvimento de relações multidiversificadas culturalmente, politicamente, institucionalmente, socialmente”, disse o presidente.

Maduro também elogiou as “boas relações” com a atual presidente do Banco do Brics, Dilma Rousseff.

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com informações de agências

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