Israel assassina 225 palestinos num final de semana

Centenas de pacientes e funcionários do maior hospital em atividade em Gaza desapareceram. OMS monitora com alarme a ocorrência.

Foto: X/ @QudsNen

Nas últimas horas, a cidade de Gaza e outras regiões foram palco de ataques intensos por parte das forças israelenses, resultando em dezenas de mortos e agravando ainda mais a crise humanitária na região. O conflito, que completou três meses no último domingo (7), tem deixado um rastro de destruição e sofrimento, com relatos de centenas de mortos e milhares de feridos.

Segundo informações divulgadas pelo Escritório das Nações Unidas, a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) confirmou que, somente no último fim de semana, 225 palestinos perderam a vida e cerca de 300 ficaram feridos devido aos ataques e bombardeios israelenses em Gaza.

O relatório da UNRWA destaca que os ataques israelenses continuam de forma intensa, envolvendo bombardeios por via aérea, terrestre e marítima. Cidades como Gaza, o campo de Jabalia, Tal Az Zatar e Beit Laia foram alvos das recentes ofensivas, evidenciando a gravidade da situação.

Há relatos de que centenas de pacientes e funcionários estão desaparecidos do Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, no centro de Gaza, que enfrenta dificuldades em meio a intensos ataques aéreos em todo o enclave.

A maioria do pessoal médico, bem como cerca de 600 pacientes, foram forçados a deixar o complexo para locais desconhecidos, sem informação sobre o seu paradeiro, informaram na segunda-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as Nações Unidas (ONU).

Em uma visita ao Hospital Al Aqsa, única instituição de saúde funcional na governadoria de Deir al Balah, representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e OCHA testemunharam a devastação. A intensificação da atividade militar israelense também levou à suspensão das atividades críticas no hospital por equipes médicas de organizações como a Medical Aid for Palestinians (MAP) e o International Rescue Committee (IRC).

O conflito também se estendeu à Cisjordânia, onde forças israelenses mataram 11 palestinos em 6 e 7 de janeiro. Um membro das forças israelenses foi morto por palestinos, enquanto outro palestino foi morto por um agressor supostamente palestino, que o confundiu com um colonizador israelense.

Além dos ataques, a população palestina enfrenta uma crise humanitária crescente. O último relatório da agência da ONU para a infância (UNICEF), divulgado no final de dezembro, revelou que 90% das crianças com menos de dois anos em Gaza estavam consumindo apenas algum tipo de cereal ou leite, indicando uma situação preocupante de desnutrição.

Os casos de diarreia em crianças menores de cinco anos também aumentaram significativamente, alcançando 3.200 casos por dia, em comparação com uma média de 2.000 casos por mês antes do início da ofensiva israelense em outubro de 2023.

Desde o início da ofensiva, as forças israelenses mataram 23.084 palestinos, feriram 58.926 pessoas e deixaram cerca de 7.000 desaparecidos.

Crime contra a humanidade

Enquanto isso, a Bolívia manifestou, no domingo (7), seu apoio à denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). A ação acusa Israel de praticar genocídio contra o povo palestino em Gaza, e audiências para discutir a denúncia estão marcadas para esta semana.

O governo boliviano destacou a importância de toda a comunidade internacional se unir em prol do respeito à vida diante do relatório das Nações Unidas, que aponta mais de 23 mil mortes desde o início do conflito, a maioria delas de crianças e mulheres, refletindo ações desumanas do Estado de Israel.

A denúncia da África do Sul alega que os atos e omissões de Israel têm caráter genocida, cometidos com a intenção específica de destruir os palestinos em Gaza como parte do grupo nacional, racial e étnico palestino mais amplo, violando as obrigações da Convenção do Genocídio. A comunidade internacional aguarda atentamente o desenrolar desses eventos enquanto a crise humanitária em Gaza atinge proporções alarmantes.

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