PF encontra documentos da Abin em buscas na casa de Ramagem

Papéis tratam de operação em comunidades do Rio dominadas pelo tráfico, onde as milícias têm interesse de entrar, e foram mantidos ilegalmente pelo ex-diretor, que não poderia manter os documentos

A Polícia Federal (PF) encontrou documentos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na residência do deputado federal Alexandre Ramagem (PL). O ex-chefe da agência e, de acordo com as investigações, integrante do grupo político da Abin paralela, mantinha sobre sua posse documentos sobre uma operação no Rio de Janeiro (RJ).

As informações foram reveladas pelo site UOL nesta terça (6). Em junho de 2022, o portal Metrópoles revelou que a Abin, sob o coando de Ramagem, usou verba secreta para pagar informantes em comunidades do Rio de Janeiro dominadas pelo tráfico, onde as milícias têm interesse de entrar.

Na primeira fase da operação Vigilância Aproximada, autorizada pelo relator da investigação e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, deflagrada em 25 de janeiro, os agentes encontraram na casa de Ramagem um celular e um notebook que pertencem à Abin.

Após sair da agência em março de 2022, Ramagem não poderia manter consigo nenhum documento ou equipamento da agência, segundo uma norma da Abin.

Ramagem é alvo de uma investigação da PF que apura como a agência foi usada contra adversários de Bolsonaro em ações de inteligência clandestinas. Policiais federais próximos de Ramagem, equipe conhecida como “Abin paralela”, são suspeitos de executar essas operações, segundo a PF.

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro também é acusado de participar do esquema de monitoramento ilegal de adversários políticos e aliados.

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