Hamas chega ao Cairo para negociações de trégua, mas Israel retém delegação

O Hamas afirma que sua delegação estava no Cairo para se reunir com representantes do Egito e do Catar, apresentando a visão do movimento. A ausência dos israelenses não é uma preocupação para o grupo.

Palestinos fazem fila para receber comida em Rafah, Faixa de Gaza, 23 de fevereiro de 2024

Representantes do Hamas chegaram ao Cairo, Egito, no domingo para participar das negociações sobre uma possível trégua na guerra de Gaza. No entanto, até o momento das negociações, Israel optou por não enviar sua delegação, alegando que o grupo palestino se recusou a compartilhar a lista de reféns ainda vivos no território sitiado.

A mídia israelense relatou que Israel reteve sua delegação após o grupo palestino se recusar a fornecer respostas claras, especialmente em relação à lista de cativos. “Não há delegação israelense no Cairo. O Hamas se recusa a fornecer respostas claras e, portanto, não há razão para enviar a delegação israelense”, afirmou o veículo de comunicação israelense Ynet, citando autoridades não identificadas.

Um alto funcionário do Hamas afirmou à Aljazira que sua delegação estava no Cairo para se reunir com representantes do Egito e do Catar, apresentando a visão do movimento. No entanto, a presença ou ausência de uma delegação israelense não é uma preocupação para o grupo.

As negociações ocorrem em meio a uma proposta de trégua discutida, que inclui um cessar-fogo de seis semanas e a libertação de cativos considerados vulneráveis pelo grupo palestino, como doentes, feridos, idosos e mulheres. Uma autoridade dos EUA indicou que Israel havia concordado com essa estrutura de acordo.

Israel e o Grupo armado palestino fizeram várias exigências em meio à pressão crescente dos EUA para fechar um acordo para que uma trégua entre em vigor antes do início do Ramadã, esperado por volta de 10 ou 11 de março. O acordo poderá trazer a primeira trégua prolongada da guerra, que dura desde 7 de Outubro, com apenas uma pausa de uma semana em novembro. Mas não conseguiria cumprir a principal exigência do Hamas de um fim permanente da guerra.

No entanto, o grupo palestino e Israel ainda têm várias exigências em discussão. O Hamas continua a exigir uma retirada militar completa de Israel da Faixa de Gaza e o retorno total das pessoas do norte. Enquanto isso, um acordo de trégua também pode levar à libertação de prisioneiros detidos pelo Hamas em troca da libertação de detidos palestinos por Israel, além de aumentar a entrega de ajuda humanitária para a população de Gaza, que enfrenta uma situação desesperadora de fome.

Os israelenses dizem que mesmo que haja uma pausa de seis semanas, continuarão as suas atividades militares. Ainda no domingo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que em nenhuma circunstância a guerra terminará até que haja uma derrota total do Hamas.

A guerra em Gaza, que começou em 7 de outubro, resultou em um grande número de mortes e reféns de ambos os lados, com milhares de vítimas civis e grandes danos à infraestrutura da região. O desenrolar das negociações no Cairo pode determinar o futuro imediato da situação em Gaza e influenciar os esforços para alcançar uma paz duradoura na região.

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