Colômbia expulsa embaixadores argentinos após xingamentos de Milei

O líder da extrema-direita argentina chamou o presidente da Colômbia de “assassino” e “terrorista”. Milei anda colecionando desgastes dentro da América Latina e ameaça paz

O comportamento infanto-juvenil do presidente da Argentina, Javier Milei, tem causado ruídos por toda a América Latina. Nesta quarta (27), a Colômbia ordenou a expulsão de diplomatas da embaixada da Argentina em Bogotá. A medida é após uma série de insultos do presidente argentino, Javier Milei, onde ele chamou seu contraparte colombiano, Gustavo Petro, de “assassino” e “terrorista”.

“Neste contexto, o Governo da Colômbia ordena a expulsão de diplomatas da embaixada da Argentina na Colômbia”, indicou o Ministério das Relações Exteriores colombiano em comunicado, sem especificar quais serão os funcionários removidos.

Não é a primeira vez que Milei dispara ofensas contra Petro. Em janeiro deste ano, o presidente argentino chamou o presidente colombiano de “comunista assassino”.

Na época, o governo colombiano disse que as palavras de Milei “ignoram e violam os profundos laços de amizade, compreensão e cooperação que historicamente uniram a Colômbia e a Argentina, fortalecidos ao longo de dois séculos”.

“As expressões do presidente argentino deterioraram a confiança da nossa nação, além de ofenderem a dignidade do presidente Petro, que foi eleito democraticamente”, afirmou o governo da Colômbia em comunicado.

A decisão acontece depois de Milei dizer, em entrevista, que “não se pode esperar muito de alguém que foi um assassino terrorista”, em referência ao passado de guerrilha de Petro.

Não é a primeira vez que o líder da extrema-argentina cria atritos na região. Em fevereiro, na esteira das críticas irresponsáveis da imprensa brasileira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o argentino republicou vídeos da manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo, após ser alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal.

Algumas das publicações traziam críticas a Lula, falando em “autoritarismo” e “ditadura”; outra o associa ao grupo extremista Hamas.

Na última sexta (22), congressistas chilenos rechaçaram a postura do embaixador da Argentina no país, Jorge Faurie. Naquela semana, o jornal local El Mostrador publicou uma frase dita por Faurie que causou uma tensão diplomática entre os dois países.

 “Meu país já era potência agrícola enquanto vocês haviam acabado de aprender a comer”, teria dito o embaixador a funcionários chilenos da embaixada.  A frase foi rebatida até por congressistas de extrema-direita do país.

Em outra situação absurda, a Venezuela fechou seu espaço aéreo para voos da Argentina após o país apreender um Boeing 747, da companhia estatal venezuelana Emtrasur. A aeronave foi entregue aos americanos pelo governo de Milei. O chanceler venezuelano chamou o governo argentino de “neonazi” e disse que a gestão do presidente Javier Milei é “submissa e obediente ao mestre imperial”, em referência aos EUA.

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