Após décadas de impunidade, Gilberto Linhares tem condenação efetivada

O criminoso ficou à frente do COREN-RJ entre 1987 e 1991, e do COFEN entre 1991 a 1997. Foi condenado por ser mandante do brutal assassinato do casal de sindicalistas Edma Rodrigues Valadão (então presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro) e Marcos Otávio Valadão (à época presidente da Associação Brasileira de Enfermagem)

O casal de sindicalistas Marcos Otávio Valadão e Edma Valadão foi brutalmente assassinado em 1999 quando denunciavam irregularidades no Coren-RJ. Foto: Arquivo pessoal

Nessa quarta-feira (17), após 25 de anos de impunidade, o ex-presidente do Conselho Regional de Enfermagem (COREN-RJ) e do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) Gilberto Linhares finalmente teve sua condenação efetivada pela Justiça.

O criminoso, que ficou à frente do COREN-RJ entre os anos de 1987 e 1991, e do COFEN entre 1991 a 1997, foi acusado de ser o mandante do brutal assassinato do casal de sindicalistas do Rio de Janeiro, Edma Rodrigues Valadão (então presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro) e Marcos Otávio Valadão (à época presidente da Associação Brasileira de Enfermagem) em setembro de 1999.

Edma e Marcos estavam denunciando uma série de irregularidades no sistema Cofen/Conselhos Regionais e haviam construído um dossiê que estava prestes a ser apresentado ao Ministério Público.

É importante salientar que em 2000 Gilberto foi condenado a 19 anos de prisão por causa de um desvio de R$ 100 milhões do Cofen, mas cumpriu apenas sete anos da sentença. Em 2007, ele foi beneficiado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que anulou laudos de peritos da Polícia Federal. Naquele momento, o criminoso já respondia pela acusação do homicídio do casal.

Jayme Ramos, vice-presidente da CUT-RJ no momento do crime, falou sobre a condenação de Gilberto Linhares. De acordo com o sindicalista:

“É com enorme sentimento de justiça que recebo a notícia da condenação do Gilberto Linhares, responsável pelo assassinato da Edma e Marcos Valadão, pois esse crime hediondo não poderia ficar impune. O movimento sindical do Rio de Janeiro lutou por 25 anos por justiça, quero destacar, em particular, a coragem e determinação da Enfermeira Rejane, que testemunhei como vice-presidente da CUT à época, quando ela assumiu a Presidência do Sindicato dos Enfermeiros no lugar da Edma Valadão, e que, junto com as demais diretoras, enfrentaram ameaças de morte, e não se intimidaram. Foi graças a elas que a justiça foi feita.”

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