BC mantém Brasil com a 2º maior taxa de juros reais do mundo

Taxa básica foi a 10,5% ao ano com corte de 0,25%, mas ritmo de redução que vinha desde agosto de 2023 caiu mesmo com inflação controlada e desemprego em baixa

Na quarta-feira (8) o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC) diminuiu o ritmo e cortou em apenas 0,25% a taxa básica de juros, a taxa Selic, que passou para 10,5% ao ano. Com isso o Brasil continua na segunda posição entre os países com maiores juros reais do mundo, com 6,54%, segundo a consultoria MoneYou.

Os juros reais são a composição da taxa de juros nominal descontada a inflação prevista (12 meses). O Brasil só fica atrás da Rússia com 7,79%. Em terceiro vem o México com 5,88%.

Fonte: MoneYou

Quando se consideram os juros nominais (sem inflação), o Brasil fica na sexta posição.

Fonte: MoneYou

Banco Central

O novo corte dos juros foi menor do que o esperado. Houve desaceleração do ritmo de redução, antes em 0,5% a cada reunião desde agosto de 2023.

A situação opôs diretores indicados por Bolsonaro e os indicados por Lula – que ainda são minoria. Todos cumprem mandatos com tempo pré-estabelecido quando nomeados.

No comunicado do Copom sobre o novo corte é dito que “a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

Com este indicativo fica a preocupação da sociedade e dos setores produtivos quanto à próxima reunião do Comitê, que ocorre nos dias 18 e 19 de junho.

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Uma vez que mesmo com um cenário de desinflação e desemprego em baixa os diretores do BC optam por diminuir o corte dos juros de 0,5% para 0,25%, com esta justificativa de “convergência da inflação à meta” é esperado tudo desse Copom de maioria conservadora, até mesmo uma absurda decisão por manter os juros em 10,5% no próximo encontro.