Lula destaca avanços da economia e projeta “colheita promissora” em 2025
Em entrevista coletiva, presidente destaca crescimento acima das expectativas, investimentos do PAC e ampliação de programas sociais e educacionais como pilares da retomada econômica
Publicado 03/06/2025 15:26 | Editado 04/06/2025 20:00

Em entrevista concedida a jornalistas em Brasília nesta terça-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço otimista da economia brasileira, apontando para uma fase de “colheita promissora” iniciada em 2025. Segundo ele, os resultados superam previsões de mercado e refletem as medidas de reconstrução tomadas desde o início de seu terceiro mandato.
“Eu posso afirmar para vocês que nunca houve no país um momento de tanta combinação entre políticas de inclusão social, geração de emprego, aumento de salário e investimento em obras públicas e privadas”, disse o presidente, referindo-se à execução de R$ 711 bilhões em investimentos do Novo PAC até o momento.
Crescimento surpreendente e crítica ao passado
Lula lembrou que em 2023 o PIB brasileiro cresceu 3,2%, e em 2024, 3,4%, números que superaram as projeções mais otimistas. “A última vez que o Brasil tinha crescido acima de 3% foi em 2010, no meu governo. Voltamos a crescer acima de 3% quando reassumimos, contrariando previsões de apenas 0,8%”, afirmou.
O presidente ainda criticou o retrocesso econômico e social do período anterior. “Nós encontramos o país com 33 milhões de pessoas no mapa da fome. Estamos reconstruindo a partir desse abismo.”
Mais crédito, energia mais barata e nova política de renda
Entre as medidas comemoradas por Lula estão a ampliação do crédito, a redução na conta de energia para famílias de baixa renda e a nova proposta de Imposto de Renda. “A medida que fizemos é para fazer justiça. Quem ganha menos precisa pagar menos ou nada. Isso vai ajudar a desobstruir o consumo e melhorar a vida do povo.”
Ele também anunciou programas que estão prestes a ser lançados, como subsídios ao gás de cozinha, linha de crédito para reforma de moradias e financiamento de motocicletas para entregadores. “O gás sai da Petrobras por R$ 37, mas chega a R$ 140 em alguns estados. Isso é injusto com o povo”, protestou.
“Agora tem especialista”: nova etapa no SUS
Um dos anúncios mais destacados foi o programa Agora Tem Especialista, voltado à ampliação do acesso a consultas especializadas e exames no SUS. “É uma obsessão minha desde 2009. O povo mais humilde vai ter o mesmo direito a atendimento que eu tenho como presidente”, afirmou.
Lula prevê que o programa esteja plenamente implantado até setembro. “É um passo para acabar com o sofrimento de quem sai da consulta básica com uma receita, mas espera um ano para ver um especialista.”
Discussão fiscal e IOF: “Não houve erro, houve pressa”
Sobre a polêmica em torno da reoneração e da compensação fiscal via IOF, o presidente admitiu que a proposta do Ministério da Fazenda foi feita “com rapidez” e que novas alternativas estão em debate. “Não acho que tenha sido um erro. Foi uma tentativa de dar resposta rápida à sociedade. Se houver proposta melhor, vamos discutir”, afirmou.
Ele também confirmou almoço com líderes do Congresso para fechar um novo acordo fiscal. “Antes de mandar qualquer medida para o Congresso, quero que ela seja debatida com quem decide. Precisamos dar um voto de confiança às lideranças políticas”, completou.
Indústria, educação e Amazônia como eixos do futuro
O presidente reafirmou o compromisso com o crescimento industrial e educacional. Citou o lançamento de 102 novos institutos federais e o programa de escolas em tempo integral, além da luta por financiamento internacional para a preservação da floresta amazônica.
“O Brasil não pode mais ser uma economia que oscila entre a oitava e a 13ª posição mundial. Temos tudo para estar entre os mais ricos: gente, terra, natureza e vontade política”, concluiu.
Visita à França e diplomacia ativa
Lula também comentou sua agenda internacional, que inclui visita de Estado à França, encontros com Emmanuel Macron, empresários e eventos como a Conferência dos Oceanos em Nice. “Vamos mostrar o novo momento do Brasil, que está crescendo com responsabilidade social e ambiental.”