Após determinar prisão, Moraes abre novo inquérito contra Zambelli

A deputada será investigada por coação e obstrução no curso do processo, após afirmar que estava fora do Brasil como forma de escapar da Justiça brasileira

Carla Zambelli em vídeo utilizado para encontrar sua localização na Flórida. Foto: Reprodução

Para escapar da Justiça, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) fugiu do Brasil. Com a divulgação de que a bolsonarista estaria em outro país, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, decretou sua prisão preventiva e a inclusão na lista vermelha da Interpol. Complementarmente, o ministro ainda determinou a abertura de um novo inquérito contra a deputada.

Nesta nova investigação, Moraes quer apurar possíveis crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação penal.

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O ministro do STF determinou, neste novo inquérito, que:

  • A Polícia Federal (PF) deve monitorar e preservar o conteúdo das redes sociais postado por Carla Zambelli e pessoas relacionadas;
  • A deputada deverá prestar depoimento à PF em até dez dias (poderá ser por escrito);
  • O Banco Central deverá informar os valores recebidos via PIX pela deputada nos últimos 30 dias.

A decisão foi tomada devido às manifestações feitas por Zambelli. Em entrevista a Paulo Figueiredo, denunciado no STF por envolvimento na trama do golpe de Estado, a deputada afirmou que estava nos Estados Unidos e pretendia se refugiar na Europa, por ter cidadania italiana – situação entendida como tentativa de se esquivar da aplicação da lei brasileira.

 Além disso, ela teria indicado ter transferido as suas redes sociais para a mãe com a finalidade de continuar a propagar desinformação, uma vez que as contas que possui estão bloqueadas.

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Nesta quinta (5), Figueiredo afirmou nas redes sociais que Zambelli já estaria na Itália. A informação acontece após youtuber brasileiro conseguir descobrir a localização onde ela estava nos EUA: Fort Lauderdale, no estado da Flórida. Para indicar o local, João Paschoal, conhecido como Geo Pasch, utilizou as informações do local onde a deputada em fuga gravou e publicou vídeos antes de ter as contas das redes sociais bloqueadas.

Condenação

Pesa contra a bolsonarista uma condenação de 10 anos de prisão, perda do mandato e multa de R$ 2 milhões por ser mentora intelectual da invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Na última quarta (4), após ter indicado que estava fora do país, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão, assim como o bloqueio dos passaportes, do salário de deputada e de verbas de gabinete da Câmara.