Após determinar prisão, Moraes abre novo inquérito contra Zambelli
A deputada será investigada por coação e obstrução no curso do processo, após afirmar que estava fora do Brasil como forma de escapar da Justiça brasileira
Publicado 05/06/2025 12:58 | Editado 06/06/2025 16:52

Para escapar da Justiça, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) fugiu do Brasil. Com a divulgação de que a bolsonarista estaria em outro país, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, decretou sua prisão preventiva e a inclusão na lista vermelha da Interpol. Complementarmente, o ministro ainda determinou a abertura de um novo inquérito contra a deputada.
Nesta nova investigação, Moraes quer apurar possíveis crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação penal.
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O ministro do STF determinou, neste novo inquérito, que:
- A Polícia Federal (PF) deve monitorar e preservar o conteúdo das redes sociais postado por Carla Zambelli e pessoas relacionadas;
- A deputada deverá prestar depoimento à PF em até dez dias (poderá ser por escrito);
- O Banco Central deverá informar os valores recebidos via PIX pela deputada nos últimos 30 dias.
A decisão foi tomada devido às manifestações feitas por Zambelli. Em entrevista a Paulo Figueiredo, denunciado no STF por envolvimento na trama do golpe de Estado, a deputada afirmou que estava nos Estados Unidos e pretendia se refugiar na Europa, por ter cidadania italiana – situação entendida como tentativa de se esquivar da aplicação da lei brasileira.
Além disso, ela teria indicado ter transferido as suas redes sociais para a mãe com a finalidade de continuar a propagar desinformação, uma vez que as contas que possui estão bloqueadas.
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Nesta quinta (5), Figueiredo afirmou nas redes sociais que Zambelli já estaria na Itália. A informação acontece após youtuber brasileiro conseguir descobrir a localização onde ela estava nos EUA: Fort Lauderdale, no estado da Flórida. Para indicar o local, João Paschoal, conhecido como Geo Pasch, utilizou as informações do local onde a deputada em fuga gravou e publicou vídeos antes de ter as contas das redes sociais bloqueadas.
Condenação
Pesa contra a bolsonarista uma condenação de 10 anos de prisão, perda do mandato e multa de R$ 2 milhões por ser mentora intelectual da invasão do sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Na última quarta (4), após ter indicado que estava fora do país, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão, assim como o bloqueio dos passaportes, do salário de deputada e de verbas de gabinete da Câmara.