Governo tucano mandou invadir computadores de João Pessoa (PB)
O prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB) acusa governo do estado, comandado pelo PSDB, de banditismo e denuncia espionagem e tentativa de invasão dos computadores da prefeitura.
Publicado 26/09/2006 17:08 | Editado 04/03/2020 16:54
O prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), acusou o governo do estado da Paraíba de banditismo, ao patrocinar quase 2 mil tentativas de invasão dos computadores da Prefeitura Municipal de João Pessoa através de um computador instalado na CAGEPA – Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba.
O ato de pirataria patrocinado pelo governo do estado através da Cagepa, foi denunciado no final da manhã desta terça-feira, em entrevista coletiva concedida pelo prefeito da capital, que está encaminhando ainda hoje o relatório ao Ministério da Justiça, solicitando investigações da Polícia Federal.
Ricardo exigiu respeito do governo do estado para com a prefeitura, lembrando que o ato criminoso praticado pelo estado contra uma prefeitura, ao tentar violar o sigilo está claramente tipificado na Lei das Interceptações.
De acordo com o relatório da Empresa Tríade – responsável pela segurança dos sistemas da prefeitura – foram registradas mais de 2 mil tentativas de invasão do servidor de email, site da internet, servidor de aplicação (orcaweb), firewall e servidor de aplicação saúde, nos dias 19, 21 e 22 de setembro, no horário comercial (8:00 às 18:00h), utilizando o software Nessus.
“É uma tentativa de invasão de uma instituição a outra. Não admito qualquer ato de bandidagem ou ação criminosa contra a Prefeitura. Isso é crime e tem previsão de cadeia”, declarou Coutinho, cobrando, diretamente, explicações do Governador do Estado, Cássio Cunha Lima (PSDB): “Estou pedindo explicações ao Governador do Estado. Quem tem que explicar é ele e não os funcionários. Queremos saber de onde partiram as ordens e quais as razões para esse atentado”.
O Prefeito declarou ainda que agendou uma audiência com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para tratar do assunto e solicitar que a Polícia Federal investigue o incidente: “Não é matéria para ser apurada pela Polícia Civil, que é subordinada ao Governo”.
Já o procurador-geral do Município, Gilberto Carneiro, afirmou que o pedido de investigação por parte da PF encontra subsídio na Constituição Federal, Art 109, por se tratar de uma situação que envolve dois poderes públicos. A pena estabelecida nesse caso varia de 2 a 4 anos de reclusão, de acordo com a Lei das Interceptações.