Inácio agradece eleitores e diz que Alckmin foi ao debate para agredir

Inácio aproveitou para criticar a forma como os setores conservadores e a mídia, controlada pela direita brasileira, tratam alguns assuntos, elogiou a postura de Lula no debate da Band, “postando-se como presidente”, e criticou a forma agressiva do candidato Alckmin, dizendo que foi até bom que ele tenha se apresentado “como um agressor mesmo, como um homem que estava ali para agredir e insultar”.

O comunista disse que a grande mídia brasileira tem dono e tem lado e trata certos assuntos de forma diferente. Ele lembrou que o ex-presidente da República, o então homem das privatizações, não compareceu a nenhum debate. Nunca debateu com qualquer candidato o seu programa e quando chegou ao governo, vendeu o que quis em leilões públicos.  “Não houve assalto à Nação mais bem estruturado, mais bem organizado que aquele patrocinado com a venda das estatais brasileiras”, disse o Senador eleito, citando como exemplo o setor de telecomunicações, que foi vendido depois da injeção de mais de 21 bilhões de reais para modernizá-lo. “Tudo isso ficou às escondidas porque não houve debate, porque o ex-presidente da República não foi a nem um debate, em 1994, nem em 1998. Mas agora tem debate, que parecem verdadeiras armadilhas para pegar o candidato à Presidência da República. E a mídia faz um estardalhaço”.

Postura presidencial

Inácio fez questão de ressaltar também em seu pronunciamento que Lula  portou-se no debate como presidente da República, não foi lá para responder insultos e agressões. E foi bom que o candidato Alckmin se apresentasse como um agressor mesmo, como um homem que estava ali para agredir e insultar. “A população conhecia um homem tão cordato, tão bem postado. De repente surge um agressor, surge uma pessoa que insulta, a toda hora com agressões, sem prova de nada. Sinceramente eu acho que esse tipo de debate foi positivo para deixar mais claro quem é quem na discussão e no debate político que existe no Brasil”.

Novo projeto

Para o deputado Inácio Arruda, ainda são grandes as dificuldades do governo Lula, mas foi importante porque redesenhou, ainda que de forma tímida, um projeto novo de país, mais independente, com mais soberania. Seu governo afastou-se de um projeto de subordinação à Alca; reforçou-se uma aliança política mais com o Sul; ampliou-se o comércio externo da nossa nação; buscou-se novos parceiros comerciais; reuniu-se em nosso país todos os países árabes; ampliou-se o comércio exterior; duplicou-se as exportações brasileiras e estão sendo recuperadas as estradas que foram praticamente destruídas no governo anterior. A Transnordestina passou todo o governo anterior sem ter um trilho sequer. O setor energético, desmantelado com o apagão, inaugurou seis hidrelétricas; mais 4 projetos estão licitados em andamento, além do H-Bio que foi uma invenção da inteligência brasileira, puxada pela Petrobras.

O novo senador prosseguiu dizendo que durante os oito anos de FHC os tucanos quebraram o Brasil e chamaram o FMI para tocar a economia brasileira. Agora, de forma magistral, o governo Lula tirou o FMI do controle da economia brasileira. “Nem Alca nem FMI: esse é que é o problema central e o povo brasileiro precisa estar atento, precisa ter conhecimento desses fatos”.

Inácio encerrou dizendo ter convicção de que “mesmo tendo todo o aparato da mídia – e fico satisfeito e alegre de estar frente à frente com o deputado Jutahy Junior, porque V.Exa. sabe o que é o poder da mídia na Bahia, sabe o que enfrentou lá, sabe bem direitinho do que estamos falando, sabe soletrar esse assunto na Bahia. Só que esse assunto agora, Jutahy, está acontecendo nacionalmente. A mídia tem dono e tem lado. Portanto, são duas campanhas que acontecem no Brasil, e Lula tem que se agigantar, porque tem que enfrentar o debate eleitoral no rádio e na televisão, no horário eleitoral gratuito e o poder da mídia do outro lado, que tem dono, e V.Exa. conhece muito bem”.

Carinho aos eleitores


Inácio dedicou seu pronunciamento ao povo do Ceará, que permitiu que, depois de um interregno de 60 anos, pudesse eleger novamente um Senador da República pela legenda do Partido Comunista do Brasil. “A esses eleitores meus agradecimentos”, disse, acrescentando que tudo fará “para honrar este mandato no Senado da República, trabalhando pelo meu estado e pelo meu País”. Inácio agradeceu também aos partidos políticos: “Sozinho o meu partido, com ousadia, disputou a vaga, mas sozinho não elegeria o Senador da República no estado do Ceará”.  Para isso, o PCdoB fez uma ampla aliança, reunindo o PT, com apoio substantivo da Prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, o PMDB, de Eunício Oliveira e o PSB do deputado eleito Ciro Gomes e sobretudo do nosso Governador eleito no primeiro turno, Cid Gomes, além de outros partidos como o PV, PHS, PP, PRB e PMN.

De Fortaleza,
Emilia Augusta