Nova etapa do Plano Colômbia amplia laços de Uribe com EUA
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, anunciou nesta semana que o seu país colocou em ação uma nova estratégia de cooperação com os EUA contra o narcotráfico baseada na “co-responsabilidade entre a oferta e a demanda de drogas ilícitas”.
Publicado 29/01/2007 13:09
“É uma política segundo a qual, ao derrotar a droga na Colômbia, não haja tanta droga que estimule o consumo nas ruas dos países industrializados”, afirmou Uribe, durante participação no evento de uma igreja cristã, em Bogotá.
Nos próximos dias, uma delegação americana encabeçada por Thomas Shannon, subsecretário para o Hemisfério Ocidental, estará na Colômbia para avaliar os progressos no combate ao narcotráfico, entre outros temas. A viagem faz parte da ofensiva de Uribe para assegurar apoio do novo Congresso norte-americano, agora dominado pelos democratas.
O presidente colombiano falou da estratégia poucas horas depois que a chanceler do país, María Consuelo Araújo, havia apresentado a diplomatas em serviço em Bogotá a chamada “Estratégia de fortalecimento da democracia e o desenvolvimento social na Colômbia”.
Busca de apoios
O planejamento da nova política envolveu Uribe e todo o seu gabinete, sobretudo o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, que recentemente disse que se tratará da “fase de consolidação do Plano Colômbia”, lançado há seis anos, com forte ajuda financeira de Washington. Depois de Israel e do Egito, a Colômbia é o país que mais recebe recursos do governo americano. A nova fase deve durar outros seis anos.
“Pedimos o apoio dos EUA, da Europa, de toda a América, de nossos irmãos, de todos os continentes”, disse Uribe.
O presidente colombiano disse que o país precisa do apoio internacional para a erradicação do cultivo ilegal de coca, tanto via fumigação quanto por destruição manual, para perseguir narcotraficantes e para promover o desenvolvimento alternativo.
No último tema, Uribe disse que o seu país administra com grande sucesso o programa de “famílias de guardas florestais”, do qual participam cerca de 50 mil famílias de camponeses, que recebem um salário em troca de vigiar áreas de preservação ambiental. “Queremos que o mundo nos ajude a financiar não a 50 mil famílias, mas 120 mil”, afirmou.
O plano também considera que o Tratado de Livre Comércio com os EUA, ao gerar promover o crescimento econômico e a geração de empregos, será peça essencial na luta antinarcotráfico no país. O acordo ainda precisa ser aprovado pelo Congresso norte-americano.