Petrobras planeja investimento de US$ 500 milhões para explorar gás natural do Juruá
A Petrobras já iniciou o projeto para o escoamento do gás natural da bacia do rio Juruá através da província petrolífera de Urucu, localizada no município de Coari (a 375 quilômetros de Manaus). A reserva d
Publicado 29/05/2007 16:50 | Editado 04/03/2020 16:13
Além disso, a estatal comprou recentemente quatro blocos de exploração no entorno de Urucu. No planejamento da companhia outros 22 poços devem ser perfurados nos próximos quatro anos. Atualmente, a base de Urucu tem 60 poços em atividade, produz 54 mil barris de petróleo por dia e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) suficiente para 130 mil a 140 mil botijas de gás de cozinha diariamente. Os investimentos em novos poços chegam em um momento em que a curva de produção de Urucu começa a decrescer.
As informações são do coordenador da Petrobras na província petrolífera de Urucu José Maria Costa. Elas foram repassadas a comitiva de deputados federais que estive na região visitando as obras do gasoduto Coari-Manaus nesta segunda-feira (dia 28). A iniciativa da atividade foi da presidente da Comissão da Amazônia, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e que reuniu ainda parlamentares das comissões do Meio Ambiente e de Minas e Energia da Câmara Federal, em um total de 11 deputados.
O primeiro passo para a ampliação da exploração do gás na região, explica o coordenador da Petrobras, é a realização do projeto conceitual. Através do documento, iniciado neste ano, são definidos os equipamentos, instalações e poços que vão compor a operação. A província de gás do Juruá foi descoberta em 1978 e na época foram perfurados 11 poços. Eles serão retomados além de outros 12 que serão abertos. Feito isto, uma rede de dutos levará o gás até o Pólo Arara, para onde vai o petróleo e gás extraídos em Urucu.
Dezoito por cento das obras do gasoduto Coari-Manaus estão concluídas e seu término está mantido para março de 2008. “Tivemos um atraso por causa do inverno, mas vamos recuperar o tempo perdido agora no verão”, ressalta o coordenador de Relações Institucionais da Transportadora Associada de Gás, subsidiária da Petrobras, Ronaldo Pimentel Mannarino. Segundo ele, após a conclusão da obra de R$ 2,5 bilhões, outros seis meses serão necessários para testes do mesmo e ajuste das termelétricas de Manaus para o recebimento do gás.
Desenvolvimento
A deputada Vanessa explica que o objetivo da visita era de mostrar a importância da obra para o desenvolvimento da região a partir da oferta de uma nova fonte de energia e que é possível viabilizar tal projeto de forma sustentável. “Os colegas deputados de outras regiões estão vendo a importância dessa obra, uma luta nossa de muito tempo e que agora se torna realidade”, relembra, referindo-se ao trabalho do PCdoB e dos petroleiros em defesa do gasoduto quando o ex-governador Amazonino Mendes defendia o transporte do gás por barcaças, em licitação direcionada a uma empresa americana em processo de falência.
O deputado Antonio Robert (PV-MG) destaca a importância de se conhecer os projetos em desenvolvimento na região para que os parlamentares possam defendê-los. “A Petrobras mostra com este projeto que é possível desenvolver o País de forma sustentável. Neste sentido é preciso divulgar melhor este trabalho e, neste caso, podemos ajudar no Congresso Nacional”.
“É impressionante o investimento e o desenvolvimento tecnológico empregado no coração da floresta”, acrescenta a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) também da bancada de Minas Gerais.
O deputado Jairo Ataíde (DEM-MG) destaca a grandiosidade do empreendimento, sua importância para a melhoria da qualidade de vida na região e para a soberania nacional. “Este é um exemplo de como podemos explorar sustentavelmente a região, sem que precisemos entregar o que é nosso”. Para o deputado Chico Lopes (PCdoB-AC) o gasoduto mostra que o País pode crescer sem ter que destruir a natureza. “Saio daqui fortalecido para continuar o desenvolvimento sustentável”.
De Coari (AM),
Hudson Braga