Ciro Gomes e petistas debatem com o Bloco de Esquerda em Minas
O Bloco de Esquerda obteve sucesso na realização da sua primeira atividade em Minas Gerais. Mais de duzentas pessoas participaram do debate com a presença do deputado Ciro Gomes, no salão nobre da Assembléia Legislativa, na noite de segunda-feira.
Publicado 04/09/2007 13:50 | Editado 04/03/2020 16:52
O evento contou com a presença de parlamentares e filiados de todas as legendas que compõe o Bloco, além de petistas mineiros que levaram uma mensagem de unidade. A presença de parlamentares petistas foi saudada por Ciro, que afirmou não acreditar em um “projeto progressista no Brasil sem o PT. Temos reclamações da nossa aliança, mas até no casamento temos, imagine na política”. Representando a executiva nacional do PT, a vereadora de BH, Neila Batista, falou das resoluções do Congresso do PT, que terminou no domingo, “dentro das definições, o PT vai colocar sua candidatura, mas vai colocar em diálogo com os partidos de esquerda. O nome de Ciro vai ser levado em conta. Estamos a disposição para somar neste esforço”.
Na abertura do evento, o deputado estadual Carlin Moura, do PCdoB, lembrou que nenhum projeto de desenvolvimento pode prosperar se não tiver a participação dos mineiros e que naquele momento os partidos do Bloco de Esquerda no estado se somavam neste esforço, já que ali estavam parlamentares e filiados de todas as siglas.
Além de parlamentares do PSB, PDT, PCdoB, PHS, PRB, PMN, que compõe o Bloco de Esquerda em Brasília, e do PT, participaram também representantes do executivo, como o secretário executivo do ministério dos Esportes, Wadson Ribeiro e o delegado regional do ministério do Desenvolvimento Agrário, Rogério Correa.
Crítica a Aécio
Na sua exposição sobre o desenvolvimento, Ciro Gomes fez questão de apontar as diferenças entre as idéias do Bloco de Esquerda e dos tucanos. “O ALCKIMIM falava muito em sua campanha do tal Choque de gestão. O Aécio (Neves) é mestre nisso. Acham que tudo se resume a fazer cortes de gastos públicos. Deviam dizer onde vão cortar, se no Bolsa Família ou outros programas sociais”.
Ciro lembrou do segundo turno das eleições presidenciais, onde a campanha de Lula cobrou dos tucanos uma posição clara em relação às privatizações e Geraldo Alckimin se perdeu. O deputado cearense ressaltou também sobre as condições de venda em que foram privatizadas empresas como a Companhia Vale do Rio Doce , “a Vale foi vendida por 3 bilhões com 700 milhões em caixa, hoje ela vale 100 bilhões de dólares”
Perspectivas
Falando sobre as perspectivas para o país, tema do debate, Ciro apontou três pontos que se tornaram comuns em países que conseguiram alcançar boas taxas de desenvolvimento, “uma sólida planificação estratégica, com participação de governo, iniciativa privada e setores acadêmicos, uma qualificação do capital humano e a criação de uma forte poupança doméstica”
A questão da criação de uma poupança interna para sustentar o desenvolvimento também foi uma das saídas apontadas por Jô Moraes, deputada federal e presidente do PCdoB-MG. Para Jô, “temos o desafio de criar uma consciência entre os setores mais avançados, com o movimento social, a intelectualidade, os setores médios e o setor produtivo para sustentar os confrontos com a lógica de lucros dos rentistas”.
Já o deputado estadual do PDT, Sebastião Helvécio, considerou que iniciativas como o debate faz parte de uma estratégia pra criar um encantamento e gerar um movimento de construção de um desenvolvimento. Para ele, o essencial é “colocar as pessoas na frente da questão publica, como fez Juscelino Kubischek , o inventor do novo Brasil”.