7° Conferes põe a saúde no centro do debate político na Bahia
Foi aberta ontem (10/7), no Centro de Convenções de Salvador, a 7° Conferência Estadual de Saúde da Bahia (Conferes), que este ano tem como tema “Qualidade de Vida – Políticas de Estado e Desenvolvimento”. Na cerimônia de abertura coordenada pelo secretár
Publicado 11/09/2007 19:49 | Editado 04/03/2020 16:21
Esta é a maior conferência da história da Bahia, com cerca de 2 mil participantes, entre eles 1600 delegados municipais, 160 observadores e 80 convidados, que vieram à Conferência para discutir as políticas públicas em saúde do estado. Para Alfredo Boa Sorte, superintendente de assistência à saúde do estado, o evento reafirma o compromisso do governo Wagner com a democracia, através do debate com o controle social. “A nossa intenção é colocar o debate da saúde no centro das discussões políticas da Bahia, através da discussão sobre o SUS e as problemáticas específicas dos municípios e das regiões”, afirma.
Dos 417 municípios baianos, 395 realizaram conferências municipais e elegeram delegados para representá-los na conferência estadual, número duas vezes maior do que o alcançado no ano passado. Durante os dois dias do evento, os delegados se reúnem em plenárias para debater e definir diretrizes que visam potencializar as ações do Sistema Único de Saúde. A conferência também tem como objetivo eleger os delegados que irão representar a Bahia na conferência nacional, que acontece em novembro, em Brasília.
Gestão elogiada
Com nove meses de gestão, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) tem as suas ações avaliadas de modo positivo por parte dos usuários e trabalhadores do setor. Tereza Deiró, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde da Bahia, considera que, apesar de ainda existirem muitos problemas, houve avanços na valorização do SUS no estado. Para ela “não se pode imaginar que seqüelas profundas deixadas por governos anteriores possam ser resolvidas de forma rápida e, em nove meses, acho difícil que outra gestão pudesse ter feito melhor do que o que foi feito até agora”.
Além da precarização do trabalho na área de saúde, a rede de distribuição de medicamentos desabastecida e uma série de contratos de terceirização ilegais ainda em vigor, a nova gestão da Sesab foi recebida com uma dívida de aproximadamente R$ 200 milhões “herdada” do governo anterior. Para Jorge Solla, apesar das dificuldades, a secretaria conseguiu avançar em diversas áreas, entre elas na recomposição do quadro de servidores, no rompimento com as terceirizações, e na reforma e ampliação de hospitais em todo o estado. “Conseguimos alcançar as nossas principais metas até agora, por isso o balanço é muito positivo, e vamos continuar trabalhando pra isso”, afirma o secretário.
Presente na abertura, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que essa conferência é especial por ser a primeira sob a égide de um governo democrático, e por tratar de uma área tão sacrificada durante os anos do governo carlista. “O setor de saúde na Bahia foi um dos mais prejudicados durante os governos anteriores, o estado chegou a ocupar o 1° lugar em fraudes contra o SUS e isso trouxe muitos atrasos ao desenvolvimento do serviço de saúde prestado”. Ela destacou ainda a atitude da secretaria em enfrentar e romper com as terceirizações, e ainda a sua política de valorização do profissional de saúde.
Um novo tempo para a saúde na Bahia
Durante a conferência, a direção estadual do PCdoB distribuiu uma nota apoiando o fortalecimento da dimensão pública do SUS. O Partido também destacou a forma corajosa e transparente com que o secretário Jorge Solla tem conduzido as ações da Sesab, buscando superar a precarização das relações de trabalho e a privatização dos serviços. O texto lembra ainda a necessidade da regulamentação da Emenda 29 para o financiamento da Saúde. Para o PCdoB, um novo tempo para saúde na Bahia significa o fortalecimento do SUS e a melhoria do acesso e da qualidade dos serviços de saúde.
De Salvador
Rodrigo Rangel Jr.