EUA: Estudante questiona fraude de Bush e toma choque
O estudante de telecomunicações Andrew Meyers, de 21 anos, da Universidade da Flórida, foi atacado por cinco policiais da instituição, imobilizado e eletrocutado por armas tasers e levado para a cadeia após questionar ao senador democrata John Kerry, dura
Publicado 21/09/2007 09:25
Após deixar a prisão, Meyers enfrentará julgamento que pode levá-lo a cinco anos de cadeia pela acusação de “resistência à prisão”. Já os choques elétricos e as agressões da polícia do campus a um estudante desarmado que participava de um debate, na democracia da era Bush, não parece merecer nenhum reparo por parte do governo.
No dia seguinte, o campus da Universidade da Flórida teve manifestações em solidariedade a Andrew Meyers e em defesa do direito de expressão.
O diálogo entre o estudante e o senador ocorreu da seguinte forma:
Meyers: “Gostaria de recomendar ao senhor um livro. É chamado Armed Madhouse, do Greg Palast. Ele é o maior jornalista investigativo dos EUA”.
Kerry: “Eu tenho o livro. Já o li”.
Meyers: “Neste livro o autor afirma que foram cinco milhões de votos e que o senhor venceu as eleições. Como o senhor pôde conceder a eleição naquele dia?”
O estudante questionava o senador as razões pelo qual o Congresso não levou adiante um processo de impeachment. Quando o seu tempo para as perguntas foi ultrapassado, cinco policiais da Universidade pularam sobre ele, o jogaram no chão e atiraram nele com armas tasers. O senador democrata ficou espantado diante da covarde agressão ao estudante.
“Lamento enormemente que uma boa discussão tenha sido interrompida”, disse Kerry hoje, acrescentando que tentava responder às perguntas de Meyer quando o estudante foi detido. “Só soube que utilizaram a pistola elétrica quando deixei o local”.
Em sua página na internet, o jornalista Greg Palast afirmou que “admira Meyers, especialmente porque enquanto estava sendo atingido por armas elétricas, não largou o Armed Madhouse”. O escritor acrescentou ainda que “não estava surpreso pela prisão do estudante na cidade de Alachua, Flórida, onde, seis anos antes, descobri um descadastramento massivo, sistemático e completamente ilegal de eleitores negros – ordenado pelo governador Jeb Bush pouco antes das eleições de 2000”.