Engenheiro destaca importância do biodiesel para reduzir aquecimento
O engenheiro químico e presidente da Tecnologias Bioenergéticas Ltda. (Tecbio), o cearense Expedito Parente, destacou, durante a audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (28/09) para discutir o combate à desertificação, a contribuição que o
Publicado 28/09/2007 17:29 | Editado 04/03/2020 16:37
De acordo com o engenheiro, as três missões básicas do biodiesel são contribuir para a melhoria do meio ambiente e diminuição do aquecimento global; contribuir também para a erradicação da fome e da miséria no meio rural; preparar-se para a transição para o sistema de energia solar. Expedito informou que 45% da energia brasileira é solar, sendo um dos países que mais aproveita esse tipo de energia em todo o mundo. Ele frisou, ainda, que o Brasil é o primeiro no ranking mundial em hidroenergia.
Expedito afirmou que o Brasil está produzindo muito bem na área do biocombustível. Porém, na avaliação dele, a legislação voltada para essa questão é muito abrangente para a diversidade dos estados brasileiros. “A legislação pode favorecer uma região e desfavorecer outra”, acrescentou o engenheiro.
Presidente da Funceme diz que redução de chuvas é preocupante
Segundo ele, estudos da Funceme com previsões para os próximos 50 anos indicam que o Ceará terá índices de precipitação bem abaixo da média e vai haver um aumento de cerca de 14 dias do período de estiagem com relação à realidade atual. Outro problema apontado por Eduardo com relação ao Ceará é a questão do aquecimento dos oceanos, que poderá provocar migração de várias espécies.
Eduardo Passos ressaltou ainda os estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que apontam para a realidade do aquecimento global e das mudanças climáticas. Ele citou como exemplo o dado do IPCC indicando que os 11 anos mais quentes desde 1950 estão entre os últimos 12 anos. Além disso, o estudo aponta um aumento de 17 cm no nível médio do mar, o aumento de ciclones e a diminuição das geleiras, fatores que, de acordo com os cientistas do Painel, comprovam o aumento da temperatura global.
O pesquisador afirmou que essas mudanças vão se manifestar mais intensamente daqui a 100 ou 200 anos, mas defendeu que é preciso um esforço conjunto para que esses impactos sejam amenizados. Eduardo ressaltou ainda que as ações precisam ser nos sistemas ecológico, social e econômico. “Precisamos tratar o problema transversal e não de forma setorial”, defendeu.
O coordenador do Programa Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, José Roberto de Lima, reforçou os números apresentados por Eduardo Passos e acrescentou dados relativos às áreas de desertificação no Brasil e no mundo. Segundo ele, atualmente, a desertificação atinge 33% da superfície emersa do planeta, atingindo cerca de 2,6 bilhões de pessoas.
Ele ressaltou que nessas áreas estão localizadas as populações mais pobres do mundo, o que comprova a ligação entre pobreza e degradação ambiental e defendeu o combate à desertificação e à pobreza.
José Roberto informou ainda que, segundo estudos do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil perde por ano cerca de US$ 5,6 bilhões em função da desertificação, que vem tirando do mapa da produção nacional centenas de áreas. “Esses processos de desertificação são provocados pelo extrativismo, desmatamento desordenado, queimadas, pastoreio e também pela agricultura. Um dado extremamente preocupante é que o manejo inadequado da agricultura irrigada provoca salinização dos solos, que ficam fora do processo produtivo”, explicou.
Para tentar barrar esse processo no Brasil, seria necessário, segundo previsão do Ministério do Meio Ambiente, um investimento anual de R$ 2 bilhões pelos próximos 20 anos. No entanto, José Roberto lamentou que os recursos destinados ao combate à desertificação em todo o mundo, e também no Brasil, ainda sejam irrisórios.
Fonte: www.al.ce.gov.br