CSC aprova criação de central classista e democrática

Depois de três dias de discussões, os 443 delegados do 7º Encontro Nacional da Corrente Sindical Classista realizado em Salvador, de 28 a 30 de setembro, aprovaram por unanimidade a saída da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a criação de uma central

O terceiro dia do Encontro foi marcado pelas discussões finais sobre a central e culminou com a votação e aprovação de um documento com as seguintes resoluções: as entidades sindicais lideradas pela CSC devem se integrar ao Movimento por uma Central Classista e Democrática, desfiliando-se da CUT; a deliberação sobre a participação no congresso de fundação da central deve ser feita através de reuniões e assembléias nas entidades; os sindicatos liderados pela CSC não participarão mais de federações e confederações orgânicas, dos coletivos cutistas, colocando à disposição da CUT os cargos que ocupam em conselhos e similares.
 


Foi aprovado ainda, que as entidades contribuirão para garantir a estrutura da criação da Central Classista e sua manutenção posterior; as coordenações estaduais da CSC devem construir encontros estaduais do movimento de apoio à Central, organizando comitês unitários, buscando maior ampliação, atraindo principalmente entidades independentes e concentrando esforços para a conquista de adesões ao Manifesto por uma Central Classista e Democrática.
 


O último ponto do documento aprovado decide que a CSC deve estar na linha de frente da mobilização nacional pelo êxito da Marcha de Brasília, convocado pelas centrais para 5 de dezembro, tendo como bandeira hegemônica a redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Além de protagonizar as principais lutas em curso, até o congresso de criação da Central Classista, no qual serão decidas, de forma democrática e coletiva, as bandeiras de lutas e posições políticas da entidade.
 


Os classistas se comprometeram a colocar os cargos à disposição da CUT a partir desta segunda-feira (1/10), mas a oficialização da saída da CSC acontece no dia 15 de outubro, em um ato político, que acontece no Sindicato dos Marceneiros de São Paulo. O congresso de fundação da Central nova está marcado para os dias 12,13 e 14 de dezembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais. A expectativa é de que a entidade atinja já na sua criação a quantidade mínima de entidades filiadas exigidas por lei, que é de 100 sindicatos, distribuídos nas cinco regiões e em diversos ramos da atividade.
 


O Encontro foi encerrado pelo coordenador nacional da CSC, João Batista Lemos, que lembrou aos presentes da importância da decisão tomada por eles, com a aprovação da criação da Central Classista e Democrática.“O momento é histórico, pois estamos construindo um novo projeto para o Brasil. Vai ser difícil, mas vamos derrubar as barreiras que surgirem no caminho”, declarou emocionado.
 


De Salvador
Eliane Costa