Vereador luta contra novas privatizações em rodovias de Campinas
Na semana passada foi anunciada a confirmação das privatizações de mais cinco lotes de rodovias. ''Sabemos que, com a privatização das rodovias, novos pedágios serão instalados e, considerando que a rodovia Dom Pedro I é uma das dez melhores rodovias d
Publicado 01/10/2007 17:43 | Editado 04/03/2020 17:19
A proposta do Governo Estadual inclui também a privatização das Rodovias: Raposo Tavares, Orlando Quagliato, João Batista de Rennó, Ayrton Senna e Carvalho Pinto. De acordo com o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as concessionárias aumentaram as tarifas dos pedágios de São Paulo em 716%. ''Em 1994 eram 11 praças de pedágios em todo o Estado. Em 2005 esse número saltou para 153'', diz Benassi.
Após o anuncio das privatizações, o vereador Sérgio Benassi propôs a criação da Comissão Especial de Estudos para analisar os impactos que as privatizações da Rodovia D. Pedro I e do anel viário Magalhães Teixeira acarretaram para a economia, desenvolvimento e urbanismo de Campinas e Região Metropolitana. Pela Rodovia D Pedro I, no entroncamento com a Anhanguera, passam 105 mil veículos por dia.
Quanto uma concessionária arrecadaria com um pedágio estratégico nessas proximidades? Quanto vai custar para o bolso da população? Essas são algumas preocupações que afligem a população que paga seus os impostos, e ainda, têm que pagar pedágio para garantirem o direito de rodarem numa estrada segura e bem conservada. ''Isso é dever e obrigação do Estado'', diz Benassi, e completa: ''É preciso articular esforços e ações no município e na Região Metropolitana para que os interesses da região sejam preservados''.
As rodovias deveriam ser tratadas como instrumentos indutores do desenvolvimento das cidades, porém, com essa política de 'caça-níquel', adotada pelo governo tucano, as rodovias passaram a ser vistas como uma grande fonte de arrecadação. ''O pedágio nunca é colocado onde não tem potencial econômico'', afirma Benassi.
Outra preocupação que a Comissão ira analisar é com relação à utilização das vicinais de Campinas como rota de fuga. ''Vamos analisar os impactos sobre todos os aspectos: a organização dos espaços públicos da cidade, a sobrecarga na vida das pessoas, sob aspectos políticos, econômicos e sociais''. A Comissão tem 90 dias para apresentar o relatório final dos trabalhos, podendo ser prorrogados por mais 90 dias.
O vereador do PCdoB de Campinas Sérgio Benassi também apresentou, e fez aprovar, Moção de Apelo, encaminhada para o Governo Estadual, pela não privatização da Rodovia D. Pedro I e outras rodovias.
Moção na Íntegra:
EMENTA: Apela pela não privatização da Rodovia Dom Pedro I e mais seis rodovias por parte do Governo do Estado.
O Governo do Estado pretende privatizar sete rodovias até o final deste ano. Mauro Arce, secretário dos transportes, disse que as rodovias Dom Pedro I (de Campinas a Jacareí), Raposo Tavares (de Itapetininga até Presidente Epitácio), Orlando Quagliato (de Santa Cruz do Rio Pardo a Ourinhos) e João Batista Cabral Rennó (de Bauru a Ipauçu) serão leiloadas em um único lote. Já as rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto serão leiloadas juntas em um outro lote. O projeto do Governo prevê concessão de 5 a 35 anos, com opção de renovação do contrato.
Caso venha a ser privatizada, a instalação de novos pedágios deverá sitiar a cidade de Campinas do restante das cidades da região metropolitana. A Rodovia Dom Pedro I é uma importante interligação do interior do estado ao Porto de São Sebastião por onde passa boa parte da produção. Particularmente a Rodovia Dom Pedro I, hoje operada pela Dersa, é uma das principais ligações ao Vale do Paraíba e Litoral Norte, aliviando o tráfego do sistema Anhanguera/Bandeirantes.
Um estudo realizado em 2005 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que as concessionárias receberam as rodovias em perfeitas condições. Com a Rodovia Dom Pedro I não está sendo diferente. Antes do anuncio da privatização foram realizadas várias obras pelo Governo do Estado, entre elas podemos citar a duplicação das pistas, a remodelação de vários trevos, a construção de vias marginais, as obras de arte na interligação com a rodovia Anhanguera, a ponte sobre a Represa Jaguari, na altura do Km 21 no município de Igaratá que possui 320 metros de extensão e uma lâmina com água com mais de 40 metros, sendo aplicada para a construção a mesma tecnologia adotada na ponte Rio/Niterói, entre outras.
Mesmo tendo recebido as rodovias em perfeitas condições, porque foram reformadas pelo Estado desde 1994, as concessionárias aumentaram as tarifas dos pedágios de São Paulo em 716% (conforme estudo do Ipea). Descontada a inflação do período pelo IPC-Fipe (que registra a oscilação dos preços em São Paulo) o custo real dos pedágios no Estado subiu 210% acima da inflação durante estes onze anos. Ainda quanto à quantidade das praças de pedágios, quando iniciou o governo, o PSDB, em 1994, encontrou 11 praças de pedágios em todo o estado. Em 2005, segundo o Ipea, eram 153, quase metade de todas as praças de pedágio do país inteiro.
Como sabemos que com a privatização das rodovias novos pedágios serão instalados, e, considerando que a Rodovia Dom Pedro I é considerada uma das dez melhores rodovias do país e representa uma das principais rotas de exportação para a região metropolitana de Campinas, APELAMOS ao Governo do Estado para que deixe de privatizar as rodovias em questão para não prejudicar a população da Região Metropolitana de Campinas e toda a economia voltada à exportação do Estado de São Paulo.
De Campinas,
Raquel Benini